O estádio Ellis Park, em Johannesburg, vestiu-se este sábado com as cores da Argentina e milhares de adeptos vieram testemunhar a estreia de Diego Maradona com selecionador num Campeonato do Mundo. Mesmo sendo jogado numa das zonas sul africanas onde vive uma grande comunidade de nigerianos, os adeptos da super àguia não conseguiram com os seus vuvuzelas fazer frente aos cânticos e bandeiras argentinas. E como lhe competia a Argentina venceu a Nigéria por 1-0, sem o brilho de Messi, Di Maria e Milito acabou por ser um defesa, Gabriel Heinze, a fuzilar as redes do nigeriano, Victor Enyeama.
Maradona terá sentido-se em casa tal foi a ovação que recebeu assim que pisou o relvado. El pibe retribuiu mostrando aos adeptos que os leva no coração, chegando mesmo a quebrar o protocolo apertado da FIFA, para mandar beijinhos a arquibancada.
Dentro das quatro linhas, a Argentina não demorou muito para mostrar o seu futebol ofensivo, Messi, criticado por não brilhar tanto com a camisa da seleção como faz no Barcelona, abriu a ofensiva aos cinco minutos, furando entre quatro defensores nigerianos e servir Higuaín, que na pequena área desperdiçou a oportunidade de abrir o placar.
Na sequência de um canto, aos 6 minutos, marcado por Verón vindo de trás Heinze mergulha de cabeça para o 1 a 0. Os adeptos argentinos explodiram no Ellis Park, Maradona vibrou efusivamente.
O domínio argentino continuou, mas Higuaín não conseguia encontrar o caminho para o golo. A Nigéria só assustou perto da meia hora, quando Obasi aproveitou falha de Jonás Gutiérrez na marcação e, solto na área, rematou para fora.
Leo Messi travou um duelo particular com o guarda-redes Enyeama, aos 36 minutos, “a Pulga”, driblou um defesa e, com perna esquerda, obrigou o guarda-redes nigeriano a fazer a melhor defesa da primeira parte, defendendo para canto.
Antes de sairem para os balneários os jogadores nigerianos reuniram-se centro do campo, em volta de Enyeama, ajoelhado. O ritual repetiu-se no regresso para o segundo tempo. Terão sido preces a pedir a vitória? Certo é que no segundo tempo a equipa de Lars Lagerback equilibrou, antes técnico sueco tirou Obinna e mandou a campo Martins e substituiu Obasi por Odemwingie, e Enyeama saiu vitorioso no duelo com Messi. Taiwo, com uma bomba de fora da área, fez a trave de Romero tremer, o defesa niogeriano acabou lesionado na perna esquerda.
Maradona chamou Maxi Rodriguez e descansou o veterano Verón, refrescou também o ataque tirando Higuaín e lançou Milito.
Enquanto o guarda-redes Enyeama dava conta dos ataques do tridente argentino, Uche desperdiçou na cara do guarda-rede Romero uma oportunidade de empatar, deixando o jogo aberto nos minutos finais. Por essa altura Maradona decide jogar pelo seguro que lança um defesa, Burdisso entrou no lugar de Di Maria, e conta os segundos para o fim nos seus dois relógios – um em cada pulso.
No final vitória suada contra a mesma Nigéria que estava do outro lado do campo no último jogo de Maradona como jogador em mundiais, em 1994.