Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo da FIFA foi transmitida a cores para o mundo todo. Dezenas de milhões assistiram encantados à excepcional participação do Brasil, que abrilhantou o espectáculo com uma linda exibição de futebol ofensivo e venceu merecidamente a competição pela terceira vez. A vitória por 4 a 1 sobre a Itália na final deu ao país o direito de ficar com a Taça Jules Rimet. Para Pelé, foi a despedida perfeita das competições internacionais.
O maior destaque da primeira fase foi o confronto entre Inglaterra e Brasil: os campeões de quatro anos antes enfrentavam a selecção que viria a conquistar o título mundial. A partida teve aquela que é considerada a defesa mais famosa da história da Copa do Mundo da FIFA, no lance em que Gordon Banks saltou para defender uma cabeçada de Pelé que entrava no canto e espalmou a bola por cima da meta.
O Brasil vinha encantando o público desde o início do torneio. Zagallo havia substituído João Saldanha no comando técnico apenas três meses antes da competição, mas a selecção passara todo aquele período a preparar-se intensamente. Depois de derrotar Checoslováquia, Inglaterra e Roménia, o escrete chegou às semifinais superando o Peru, treinado pelo brasileiro Didi, companheiro de Zagallo e Pelé em 1958 e 1962. 20 anos depois, o Brasil conseguiu finalmente a vingança contra o Uruguai. A Celeste Olímpica abriu o marcador na semifinal, mas Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino fizeram os golos que garantiram a vitória brasileira. No entanto, o grande momento de genialidade veio dos pés de Pelé.
Ao correr para receber um passe de Jairzinho de frente para o guarda-redes Ladislao Mazurkiewicz, o Rei deixou propositadamente a bola passar por ele. O uruguaio vinha na corrida e acabou passando recto, mas Pelé deu a volta, pegou a bola do outro lado, girou rapidamente e chutou para o golo. Caprichosamente, a menina passou rente ao poste, pela linha de fundo. Na decisão contra a Itália, foi justamente Pelé, que procurava o seu terceiro título mundial com o Brasil, que abriu a contagem com uma cabeçada precisa. Roberto Boninsegna chegou a empatar, mas o resultado não poderia ser outro.
Gérson, Jairzinho e Carlos Alberto fizeram três golos no segundo tempo, confirmando o tricampeonato mundial. Até o Messaggero de Roma teve de admitir que a Itália “foi derrotada pelos melhores jogadores do mundo”.
Equipas: 16
Quando: 31 Maio 1970 a 21 Junho 1970
Final: 21 Junho 1970
Jogos: 32
Golos: 95 (média 3.0 por partida)
Público nos estádios: 1603975 (média 50124)
Campeão: Brasil
Vice-campeão: Itália
Terceiro: Alemanha Ocidental
Quarto: Uruguai
Bota de Ouro: Gerd MUELLER (GER)
Prémio de Melhor Jogador Jovem: Teofilo CUBILLAS (PER)