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Nampula:infecções sexuais e cólera mais graves em 2009

As infecções sexuais e de cólera aumentaram ano passado na província de Nampula, Norte de Moçambique, segundo indica um relatório do Governo provincial fornecido à AIM. O relatório de balanço do Plano Económico e Social (PES) daquela província, referente a 2009, indica que houve um aumento das infecções sexuais em 3,1 por cento e de casos de diarreias em 5,1 por cento.

“Houve um aumento de infecções de transmissão sexual em 3,1 por cento, passando de 72.827, em 2008, para 75.132, em 2009. As infecções de transmissão sexual mais frequentes são corrimentos uretrais e leucorreias”, refere o relatório, no seu capítulo sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis e HIV/SIDA. Segundo o mesmo documento, os maiores de 20 anos de ambos os sexos são o grupo etário mais afectado por estes problemas.

Os serviços de prevenção de HIV/ SIDA, transmissão vertical do vírus de mãe para bebé durante o parto, e o tratamento anti-retroviral abrangem todas as sedes distritais da província, uma cobertura de apenas 14 por cento. No tocante a diarreias e cólera, o documento reitera que, em 2009, a província registou um aumento de casos de diarreias em 5,1 por cento e com uma letalidade de 0,2 por cento. A pandemia de cólera assolou a província no primeiro trimestre do ano passado, tendo sido mais notória em 12 distritos (do total de 20), incluindo a capital provincial, Nampula.

“As principais razões responsáveis pelo aumento dos casos de diarreias são o deficiente saneamento do meio (deficiente remoção de resíduos sólidos, fecalismo a céu aberto, consumo de água imprópria, venda de alimentos prontos para o consumo sem protecção e em locais impróprios)”, refere o documento. Para controlar esta doença, o Governo provincial diz ter tomado medidas como a de divulgação de formas de prevenção, treinamento de voluntários e líderes comunitários em matérias de prevenção e tratamento. Na Cadeia Civil e na Penitenciaria Industrial, particularmente, as autoridades reactivaram o sistema de Vigilância Epidemiológica que culminou com o tratamento de 556 reclusos.

“Com as actividades de sensibilização contra a cólera, registou-se uma melhoria da percepção das causas desta doença por parte das comunidades, tendo resultado na redução de casos de cólera em mais de cem por cento em relação a 2008”, indica o relatório. Contudo, este documento não faz referência aos casos de vandalismos levados a cabo por grupos de populares com problemas de percepção da diferença entre os sons “cólera” e “cloro”.

Trata-se de casos que foram comuns nas províncias nortenhas de Cabo Delgado e Nampula, bem como na Zambézia, Centro do país, onde populares atacaram agentes e activistas de saúde que os aconselham a tratar água com cloro antes de a consumir. O problema é que estes populares percebem “cólera” no lugar de “cloro” e acreditam que estes activistas têm más intenções. Várias pessoas já perderam a vida e diversas infra-estruturas foram destruídas por causa de manifestações resultantes dessa ignorância a que as autoridades chamam de “desinformação”.

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