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Xangai inaugura este 1o. de maio sua Exposição Universal

A Exposição Universal que será inaugurada este dia 1o. de maio em Xangai deverá permitir a esta cidade de 20 milhões de habitantes, transformada na mais importante praça financeira da China, consolidar e realçar sua imagem no cenário internacional.

A maior Exposição Universal jamais organizada acolherá 192 países, uma cifra recorde, e deverá receber entre 70 e 100 milhões de visitantes, sendo 95% de chineses. Nos últimos 20 anos os bairros financeiros de Xangai, de um modernismo inaudito, proliferaram, demonstrando sua ambição de competir com Nova York ou Londres como centro das finanças internacionais, apesar dos obstáculos tradicionais em um país comunista.

A preparação da Exposição Universal acelerou a transformação da cidade, que, desde 1990, deu uma guinada com a construção de um gigantesco bairro de negócios, o Pudong, na margem leste do rio Huangpu, bordeando o Bund, uma artéria mítica de Xangai. Atualmente, os edifícios de estilo “art deco” do Bund se destacam junto com as vertiginosas torres de Pudong, uma zona cujo produto interno bruto se multiplicou por 65 desde 1990. Ali funcionam a bolsa de Valores, 17.000 empresas de capitais estrangeiros e 600 instituições financeiras chinesas e estrangeiras.

Este é um momento importante para uma cidade que foi marginalizada pelo ex-líder chinês Deng Xiaoping, que desconfiava dela quando lançou a abertura econômica que transformaria a China há 30 anos. Desde 2004, sete túneis foram construídos para unir as duas margens do Huangpu, elevando para um total de 12. As linhas de metro floresceram e sua rede de transporte subterrâneo se converteu numa das maiores do mundos, com um total de 420 km. “A Exposição tem a vantagem de precipitar a renovação de Xangai, indispensável para convertê-la numa cidade moderna”, afirma Antoine Bourdeix, representante na China da Publicis Consultants, que trabalha no grande evento.

“Este acontecimento vai permitir a Xangai realçar sua imagem em nível internacional”, enfatizou Lu Xiongwen, decano da Escola de Administração da Universidade Fudan de Xangai. Desta maneira, cumprirá com o grande objetivo que o governo central estabeleceu, em abril de 2009, de converter Xangia num centro financeiro internacional antes de 2020, assim como num centro de transportes marítimos.

No entanto, alguns analistas, céticos, argmentam que a economia chinesa continua sendo rigidamente controlada, que o iuane não pode ser convertido, que os produtos financeiros não são muito sofisticados e que a indústria pesada continua presente na cidade. “Os serviços só representam entre 50% e 55% da riqueza da cidade”, segundo Lu. “Será necessário, entre outras coisas, construir infraestruturas financeiras, no segmento dos pagamentos, por exemplo”, destaca Laurent Tournier, subdiretor da ABC-CA Fund Management, uma empresa fundada pelo Banco Agrícola da China e o francês Crédit Agricole.

“O horizonte 2020 é alcançável quando se leva em consideração o desenvolvimento econômico da China e o papel crescente do iuane, que deverá chegar a uma moeda conversível. “E há uma vontade política por escrito, o rumo foi fixado”, assegurou, por sua vez, Pascal Sefrin, diretor do banco Societé Generale em Xangai.

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