A rota do tráfico de cocaína através da África vem preocupando a União Europeia (UE) e a América Latina que decidiram aumentar sua cooperação contra mais esta ameaça.
A “rota da cocaína pela África”, que se converteu em uma alternativa do tráfico dessa droga da América para a Europa, representa um “novo malefício” para ambas as regiões, denunciou o secretário de Estado espanhol de Segurança, Antonio Camacho, esta segunda-feira, na abertura da XII Reunião do Mecanismo de Cooperação sobre Drogas realizada por UE, América Latina e o Caribe.
As regiões querem “fortalecer a cooperação” ante essa nova via de narcotráfico, além de “desenvolver uma colaboração mais estreita entre países para lutar contra suas fontes de financiamento”, afirmaram. Na terça-feira, no final do encontro, os participantes deverão assinar a “Declaração de Madri 2010”, que aposta no aumento da troca de informação entre autoridades e polícia para melhor enfrentar o narcotráfico.
A UE, América Latina e Caribe efetuam 80% das apreensões de cocaína no mundo, o dobro do registrado nos anos 1990, segundo Camacho. Além disso, o volume de terrenos dedicados ao cultivo da coca baixou 22% entre 1995 e 2008, e a produção caiu 15% em 2008 em relação ao ano anterior, completou. Durante dois dias a questão das drogas será abordada, além do tema da integração de dependentes, da cooperação entre as regiões na redução da demanda e do controle da oferta e da troca de informação e inteligência, segundo a presidência espanhola da UE.
O encontro, que ocorre desde 1998, também conta com a presença do embaixador do Uruguai na Espanha, Ricardo González, já que seu país co-preside o evento junto com a Espanha, representando a América Latina e o Caribe.