O presidente senegalês, Abdulaye Wade, anunciou na noite deste sábado, em discurso por ocasião do 50º aniversário da independência que o seu país retomará “a partir de hoje, 4 de abril, à 00H00 (de domingo, hora local) todas as bases (militares) ocupadas anteriormente pela França e entende exercer sua soberania”.
“Declaro solenemente que o Senegal retomará o controle a partir de hoje, 4 de abril, à 00H00, de todas as bases (militares) no nosso território ocupadas anteriormente pela França e entende exercer sua soberania, que repousa na presente declaração”, disse.
Wade expressava-se em um discurso comemorativo dos cinquenta anos da independência desta antiga colônia francesa, conquistada em 4 de abril de 1960. O porta-voz da Presidência senegalesa havia antecipado a medida em fevereiro, após uma breve visita ao Senegal do ministro da Defesa francês, Hervé Morin. “Quanto aos detalhes da retomada dessas bases, peço ao primeiro-ministro e ao chefe do Estado Maior que iniciem as conversas com a parte francesa”, declarou Wade.
As “relações históricas que têm sua base na história, na língua e em certos valores comuns fundamentais nos conduzem a construir com a França um novo espaço de cooperação”, completou. Essa ex-colônia francesa do Oeste da África tem em seu território uma das três bases permanentes do exército francês na África, que inclui destacamentos das três Forças Armadas.
França e Senegal firmaram um acordo de defesa em 1974 e em torno de 1.200 soldados franceses foram mobilizados nesse país. O ministério da Defesa francês tinha confirmado que Paris pretendia fechar suas bases militares no Senegal, mas que estudava conservar um “pólo de cooperação militar regional”. No final de fevereiro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou que apenas 300 soldados ficariam no Senegal.