A população do distrito de Nacala-a-Velha exige do governo transparência no cálculo de valores das indemnizações a que tem direito na eventualidade das suas infraestruturas sócio-económicas e culturas diversas serem abrangidas no processo de implantação de vários projectos, sobretudo por parte de investidores estrangeiros que, nos últimos tempos, está a afluir com bastante intensidade naquela região localizada na Zona Económica Especial.
Esta posição foi manifestada, na terçafeira, no encontro de lançamento da elaboração do plano distrital do uso da terra promovido pelo governo de Nacala-a- Velha em parceria com o Ministério da Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) e do Gabinete de Apoio às Zonas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA). Depois da apresentação das linhas chaves do projecto e fases da sua implementação, as populações, que acorreram em número significativo ao encontro, mostraram-se favoráveis à iniciativa do governo local que vem responder à grande procura de terras que se assiste em Nacala-a-Velha por investidores interessados em implantar projectos económicos e sociais.
Contudo, alertaram que o cálculo dos valores referentes à indemnização a atribuir a cada família deverá respeitar o que está preconizado na lei. Adicionalmente, solicitaram para que as famílias abrangidas devem ser concedidas um prazo para a sua retirada depois da recepção do valor das indemnizações para que possam construir as novas habitações.
Os líderes comunitários, presentes no encontro de um dia, alertaram que o atropelo da lei sobre a matéria supracitada poderá concorrer para o fracasso dos projectos económicos a serem implantados, embora reconheçam a sua pertinência, sobretudo pela contribuição que podem vir a dar na redução da pobreza através da oferta de oportunidades de emprego, entre outras vantagens sociais.
O distrito de Nacala-a-Velha vai assistir no ano em curso o arranque do projecto de construção de um complexo hoteleiro de cinco estrelas, que inclui um centro de negócios e cadeia de restaurantes. Para além de programas direccionados à produção de cereais e hortícolas visando reduzir o nível de dependência do fornecimento destes produtos a partir de outros mercados.
