O distrito de Angoche não espera resultados satisfatórios para a presente campanha agrícola em razão do alastramento da doença da podridão radicular da mandioca, que ocupa um lugar destacado no volume global das culturas produzidas naquela região, segundo dados em poder da nossa reportagem.
A podridão radicular da cultura da mandioca é uma doença que está a assolar, sobretudo, os distritos da zona costeira, onde Angoche sofre de forma severa devido ao fenómeno nos últimos dois anos. O nível de alastramento ganhou uma velocidade assustadora que surpreendeu as autoridades locais, que se mostram tecnicamente impotentes para estancar a podridão radicular. Os produtores do sector familiar naquele distrito trabalharam na presente época agrícola uma área estimada em 129 mil hectares para culturas diversas, sendo mais de metade para a produção daquele tubérculo que, tradicionalmente, constitui o alimento mais preferido entre as populações locais.
O administrador do distrito, Rodrigues Ussene, referiu que o seu executivo não está alheio à situação bastante constrangedora para os produtores, pois os efeitos da podridão radicular da mandioca vão continuar a ser sentidos por mais dois ou três anos, mas, neste momento, está a iniciar o processo de montagem de viveiros para a multiplicação de estacas da variedade tolerante à doença. A intervenção do governo no sentido de estancar o avanço da doença da podridão radicular da mandioca vai durar algum tempo, porque temos que iniciar com a aquisição e multiplicação de estacas tolerantes para posteriormente procedermos a distribuição dos resultados ao sector familiar para produção- disse Rodrigues Ussene.
Enquanto isso, os técnicos agrários, que trabalham naquele distrito costeiro, estão a mobilizar os produtores no sentido de apostarem na cultura do arroz, que, depois de uma fase de receio, a esperança voltou em razão da queda regular das chuvas que se regista em Angoche desde o mês transacto a esta parte. As chuvas relançam esperanças, igualmente, para as restantes culturas praticadas naquela região, nomeadamente o milho, mapira, gergelim e feijões, além de garantir a irrigação do parque cajuícola que está num processo acelerado, visando a sua substituição com mudas tolerantes à doenças e pragas, como o oídio e antracnose.