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Garrido pede aceleração da redução da mortalidade infantil

O Ministro moçambicano da Saúde, Ivo Garrido, apelou aos participantes da II Conferência Nacional de Pediatria a identificarem formas de acelerar a redução da mortalidade infantil no país que, segundo a última medição feita em 2008, é de 138 por cada mil nascimentos vivos.

Garrido falou na quarta-feira, em Maputo, na sessão de abertura do encontro que junta mais de duas centenas e meia de profissionais de saúde, moçambicanos e estrangeiros, para uma troca de experiências no ramo de pediatria com vista a travar as principais causas de morte de crianças. “É verdades que estamos a reduzir a mortalidade infantil, mas a um ritmo inaceitavelmente lento”, disse Garrido, vincando a necessidade de se fazer mais para reduzir a taxa a uma velocidade muito mais rápida, meta estabelecida pelo Governo moçambicano para os próximos 15 anos no sector da pediatria.

A actual taxa mortalidade infantil no país, 138 por cada mil nascimentos vivos, é, segundo Garrido, 15 vezes mais alta que a de um país desenvolvido, “o que é pura e simplesmente inaceitável”. O titular da pasta da saúde apontou, a título de exemplo, que mesmo a cidade de Maputo, ainda que se supõe ter melhores condições em termos de serviços sanitários, ainda não conseguiu baixar a taxa para uma cifra inferior a 100 por cada mil nascimentos. Aliás, a última medição estimava em 108 por cada mil nascimentos.

Ao ritmo a que está a descer a mortalidade infantil é, segundo Garrido, clara e manifestamente difícil que Moçambique alcance o 4/o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM), que advoga a redução em dois terços, até 2015, da mortalidade de crianças de idade inferior a cinco anos. Desta feita, Garrido apelou aos participantes do encontro, cujo lema é “Pela Saúde das nossas Crianças”, para que, durante os três dias da conferência, tenham sempre presente aspectos fundamentais que, na sua óptica, podem contribuir para melhor desempenho da pediatria. Garrido apontou, primeiro, o facto de a morte de milhões de crianças por ano por doenças preveníveis ser simplesmente inaceitável.

“Uma criança nascida num país subdesenvolvido como Moçambique tem 13 vezes mais probabilidades de morrer nos primeiros cincos anos de vida do que uma criança nascida em um país industrializado”, explicou o Ministro, frisando que esta realidade é inaceitável. A África sub-Sahariana contribui, segundo o titular da pasta da saúde, com metade das mortes de crianças com menos de cinco anos em todos os países desenvolvidos. O terceiro aspecto destacado pelo governante tem a ver com o facto de mais de 90 por cento dos cerca de 300 a 500 milhões de casos de malária que se calculam que ocorrem anualmente no mundo afectarem cidadãos africanos e sobretudo crianças com menos de cinco anos.

“Apesar dos dados estatísticos recentes do país mostrarem uma diminuição acentuada do número de casos de malária e do número de óbitos causados pela doença, a realidade cruel é que a enfermidade continua a ser o maior problema de saúde pública em Moçambique”, lamentou o Ministro. As doenças diarreicas, a desnutrição crónica que em Moçambique atinge mais de 40 por cento das crianças, as anemias, a tuberculose e o HIV/SIDA são também importantes problemas de saúde pública infantil que deverão merecer atenção especial dos profissionais reunidos no encontro.

Em relação a desnutrição crónica, Garrido afirmou que a produção de alimentos no país cresceu cinco vezes mais desde 1992, no entanto a desnutrição reduziu de 46 para apenas 41 por cento, numero que mostra que são ainda insignificantes os avanços feitos nos 15 anos para reduzir essa desnutrição crónica no país.

A 2/a Conferência Nacional de Pediatria é organizada pelo Ministério da Saúde (MISAU), com apoio da Iniciativa do Presidente dos Estados Unidos da América de Alívio ao SIDA (PEPFAR), em parceria com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), a Fundação Elizabeth Glaser (EGPAF), o Centro Internacional de Programas de Tratamento e Cuidados do SIDA, UNICEF, entre outros.

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