O ministro moçambicano da Defesa Nacional, Filipe Nyussi voltou a manifestar a sua preocupação com a segurança da zona costeira de Moçambique, que é frequentemente “assaltada” por embarcações que se dedicam a pesca ilegal. Nyusse, sublinhou que o país enfrenta, igualmente, o desafio da preservação das águas territoriais e das constantes ameaças aos recursos e riquezas marinhas.
Aquele dirigente fez estes pronunciamentos na última sexta-feira no Distrito Municipal da Catembe, durante uma cerimónia de imposição de boinas aos finalistas do 16/o Curso de Fuzileiros Navais, que coincidiu com a abertura solene do 2/o Tirocínio dos Cadetes da Academia Militar “Marechal Samora Machel”.
Na ocasião, o ministro sublinhou que “é fundamental o forte empenho dos jovens que decidiram defender outros moçambicanos que hoje graduamos, na criação de dispositivos de segurança de pessoas e bens, do controlo do tráfico ilícito e de combate a criminalidade organizada e protecção da nossa costa”.
Entretanto, a protecção da costa moçambicana e dos seus recursos pesqueiros e marinhos ainda deixa muito a desejar devido a falta de quadros, bem como de meios, tais como embarcações, entre outros. De referir que Moçambique possui uma longa linha costeira, com mais de dois mil e quinhentos quilómetros, que é muito atraente para as pessoas envolvidas em actividades ilícitas.
Vez sem conta, a costa moçambicana é invadida por embarcações não autorizadas, que muitas vezes se dedicam a actividade de pesca ilegal de espécies protegidas e em extinção. A pesca ilegal tem um forte impacto negativo no meio ambiente, por colocar em risco de extinção a biodiversidade marítima pelo facto de a mesma não ser feita em estreita observância das normas sustentáveis.
Por outro lado, esta actividade tem efeitos nefastos para a economia do país, lesando o país em vários milhões de dólares As actividades de exploração ilegal de recursos marinhos em Moçambique são desenvolvidas por cidadãos estrangeiros, em alguns casos em conivência com moçambicanos. Os ilegais de origem asiática são os principais infractores, fazendo-se transportar em grandes embarcações a procura barbatanas de tubarão e holutúrias, sobretudo no arquipélago de Bazaruto, na província meridional de Inhambane.
As holutúrias são um produto muito procurado na Ásia, por ser considerado de afrodisíaco. Estatísticas das Nações Unidas revelam que a pesca ilegal lesa ao continente ao africano uma soma equivalente a um bilião de dólares por ano.