A justiça chinesa confirmou esta quinta-feira em apelação a pena de 11 anos de prisão por subversão contra o líder dissidente,Liu Xiaobo, anunciou um de seus advogados, Shang Baojun, ao final da audiência em Pequim.
Liu Xiaobo, de 54 anos, foi condenado no dia de Natal a 11 anos de prisão por um tribunal de Pequim por “subversão do poder do Estado” depois de ter sido um dos autores da chamada “Carta 08”, um texto que reclamava uma China democrática.
Xiaobo, escritor e ex-professor universitário, foi preso temporariamente depois da repressão do movimento democrático de Tiananmen (Praça da Paz Celestial) em junho de 1989. Em dezembro de 2008, foi detido de novo depois da publição da “Carta 08”, um texto inspirado na “Carta 77” dos dissidentes tchecos. As autoridades também acusam Liu Xiaobo por artigos críticos publicados na internet.
Pouco depois do anúncio da confirmação da pena, os Estados Unidos e a União Europeia, que reclamam a libertação de Liu, expressaram decepção. “Estamos convencidos de que não devia ter sido condenado em primeira instância e que deveria ter sido colocado em liberdade imediatamente”, afirmou em um comunicado o embaixador americano Jon M. Huntsman.
Pequim criticou as “interferências grosseiras” de certos países antes do processo em primeira instância. O crime de “subversão do poder do Estado”, que pune com até 15 anos de prisão, é utilizado geralmente pelas autoridades contra os dissidentes. Outro dissidente, Tan Zuoren, foi condenado na terça-feira a cinco anos pela mesma acusação por suas críticas à repressão do movimento democrático de junho de 1989.