O Governo de Moçambique já tem luz verde para avançar com o projecto de reabilitação e modernização das centrais eléctricas de Mavúzi e Chicamba, na província central de Manica. Os financiadores deste projecto, nomeadamente a Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (ASDI) e a Noruega garantiram ao Governo, em Novembro último, que os recursos já estão disponíveis para serem desembolsados.
O projecto está avaliado em 39 milhões de Dólares Norte-americanos (USD), contra os anteriores 36.5 milhões USD iniciais. Segundo o Ministro da Energia, Salvador Namburete, neste momento, o Governo está a preparar o concurso público para a contratação de consultores e empreiteiros que vão executar o projecto. “Tivemos alguns atrasos na reabilitação e modernização das centrais de Mavuzi e Chicamba devido a mau entendimento entre os parceiros face às modalidades de desembolso”, explicou.
Namburete acrescentou que “em Novembro do ano passado, recebemos informações de que podemos avançar porque a questão do financiamento já foi desbloqueada. Estamos agora na fase de lançamento de concurso para contratação de consultores e empreiteiros que vão fazer o projecto”. As obras de reabilitação e modernização das duas centrais visam aumentar a sua capacidade de produção de energia de 30 para cerca de 80 megawatts (MW).
A reabilitação das duas centrais estava inicialmente prevista para 2006, o que não aconteceu e, em Fevereiro do ano passado, os gestores da empresa pública Electricidade de Moçambique garantiram que as obras arrancariam mesmo em 2009, o que não aconteceu. No contacto com a AIM, Namburete não avançou datas para o arranque das obras, porém, garantiu que já há condições criadas para o efeito.
A ideia inicial da reabilitação da central de Mavúzi, a jusante, passava pela construção de um novo túnel de dois quilómetros para operação em paralelo, para conter as perdas de água, mas essa alternativa está a ser descartada. O que se pretende em Mavúzi é, entre várias obras, substituir as rodas de turbina para o aumento da eficiência e redução da cavitação, modernização dos reguladores de carga e reabilitação das válvulas de carga.
Enquanto isso, em Chicamba Real a restauração deverá consistir na beneficiação de alternadores, substituição dos reguladores de tensão, reabilitação geral da turbina e alteração para casquilhos auto-lubrificantes. A central de Chicamba, com dois grupos de 19.2 MW, possui uma barragem com albufeira de regulação de 2.200 milímetros cúbicos, ao passo que a de Mavúzi tem dois grupos de 5.5 MW. Ambas as centrais estão interligadas à rede nacional de energia desde 2005 e operam em paralelo com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), fornecendo energia à região centro do país e esporadicamente à cidade zimbabweana de Mutare, através do sistema de 110 Quilo Volts (KV).