Quase dois meses após a inauguração da Praça dos Combatentes, vulgarmente conhecida pelo nome de “Xikheleni”, alguns vendedores informais ainda teimam em fazer o seu negócio nos passeios, desafiando o apelo das autoridades municipais de Maputo para desocuparem aqueles locais destinados a circulação de peões.
A existência de operadores informais nos passeios é uma realidade no “Xikheleni”, sobretudo nas manhas e últimas horas da tarde, onde vendedores de frutas, pão, peixe, carne, entre outros produtos, ocupam aqueles locais para fazer os seus negócios. Os vendedores de roupa usada (xicalamidade) chegam a colocar os seus artigos no passeio central da Avenida Julius Myerere, que depois da sua reabilitação serve como um centro importante para o movimento massivo de pessoas e viaturas.
Alguns carregadores de produtos com recurso a carrinhas de mão parqueiam os seus “veículos” no passeio central da Avenida das FPLM, que aos poucos está também a se tornar num local de parqueamento de carros. Um outro facto constatado é a existência de pessoas que ainda urinam sobre um poste de transporte de energia eléctrica de alta tensão enterrado num passeio limpo e totalmente reabilitado. Sobre este poste está escrito “Proibido mijar”.
O sector de Mercados na Vereação de Mercados e Feiras do Município de Maputo reconhece ser difícil controlar a actividade dos vendedores informais do “Xikheleni” enquanto não ser construído um novo mercado para albergar todos eles.
“Como sabe, a reabilitação da Praça dos Combatentes tem duas fases, uma que compreende a construção da terminal (de transportes rodoviários de passageiros) e melhoria da transitabilidade das vias. Então, haverá uma outra fase que é da construção de um mercado onde serão enquadrados todos os vendedores”, explicou o director de Mercados, José Matavele, falando na segunda-feira à AIM.
Segundo Matavele, para minimizar o cenário actual, a sua vereação apelou o apoio da Polícia Municipal que destacou os seus agentes para impedirem a ocupação de passeios por vendedores, mas estes chegam a invadir o espaço proibido quando a Polícia se ausenta.
O Município considera haver mais de três mil bancas e barracas espalhadas pela cidade, número considerado suficiente para alojar todos os menos de mil vendedores de “Xikheleni” ainda “no relento”, mas estes teimam em permanecer naquele local. Assim, a solução definitiva para este problema passa pela construção de um novo mercado nas proximidades de “Xikheleni”, onde será necessário deslocar algumas famílias.
O local já foi identificado mas o arranque das obras está condicionado ao financiamento, ainda não garantido. A reabilitação da Praça dos Combatentes custou ao Município da capital do país cerca de quatro milhões de dólares norte-americanos.