Por outro lado, solicitamos ao historiador Mateus Mutemba o seu comentário sobre pronunciamentos recentes lançados por certos comentadores apresentados por certas estações televisivas como analistas políticos, os quais desvalorizam a importância da luta armada, alegando que tarde ou cedo a independência seria cedida aos moçambicanos sem que tivesse necessidade do uso da força.
Embora seu nome não confunde a ninguém que se trata da linhagem do destacado Herói Nacional, Mateus Sansão Mutemba, e tendo mantido alguma reserva para comentar tais pronunciamentos, o historiador começou por expressar todo respeito pelos analistas. A seguir considerou a luta armada de libertação de Moçambique do regime colonial português um facto objectivo e histórico, tendo referido que, pessoalmente, não acredita que a independência havia de acontecer por obra de espírito santo, ou seja, de um dia para o outro.
“Não acredito que nós tivessemos conseguido que os colonos se retirassem do País de forma pacífica”. Aliás – recordou – houve várias tentativas ao longo desse processo de procura da independência e da autodeterminação dos moçambicanos que não resultaram, porque o regime colonial na altura não estava interessado. Foi por isso que os jovens da altura que se entregaram a luta pela libertação do País não encontraram outra forma se não ir pela via da luta armada e forçar o regime colonial a ceder a independência aos moçambicanos.
“Portanto, eu tenho respeito muito profundo pelas pessoas que se engajaram nesse processo e sinto que beneficiamo-nos muito disto como País, como geração de jovens que hoje tem a oportunidade de viver numa pátria livre e orgulhosos de ser moçambicanos e com os heróis que temos” – concluiu Mateus Mutemba.