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60 segundos com Justina Felicidade Macuácua “Uma mulher espiritual”

60 segundos com Justina Felicidade Macuácua “Uma mulher espiritual”

O semblante jovial que paira da sua face faz jus ao adágio popular segundo o qual “não se pergunta a idade de uma mulher”. Sabe-se apenas que nasceu no dia 5 de Maio, há três ou quatro décadas.

Pastora de uma igreja, de nome não muito vulgar, Justina Macuácua, ou simplesmente Profetiza Justina, como é tratada, faz o dia-a-dia da sua vida levantando a auto-estima das mulheres, através do projecto (por si criado) “Mulher Virtuosa”, e das crianças desfavorecidas, por via do projecto “Horizonte Infantil”.

Onde e quando nasceu?

Nasci em Maputo, a 5 de Maio. Não posso revelar a minha idade, é tabu para as mulheres. É casada? Não, estou separada.

Tem filhos?

Sim, tenho quatro filhos, dos quais dois vivem comigo e os outros já estão nas suas casas.

O que faz nos tempos livres?

Gosto de estar com as minhas “irmãs” da igreja e, às vezes, com os meus familiares. Gosto também de me divertir, mas dentro dos padrões sociais e divinos.

Qual é o seu prato favorito?

Não dispenso um prato de Xima com Cacana, mas também adoro frango assado com batatas fritas.

Que tipo de música gosta de ouvir?

Gosto de ouvir música Gospel e toda a música que toca o coração e edifi ca a alma.

Tem algum artista favorito?

A norte-americana Juanita Banner. Sempre sonhou ser pastora? Não, o meu sonho era ser enfermeira, tal como a minha mãe.

Conseguiu realizá-lo?

Não, o ambiente religioso no qual eu nasci e cresci não permitiu que eu seguisse e realizasse o meu sonho. Primeiro porque os meus avós eram pastores da Igreja Presbiteriana de Moçambique e influenciaram a todos a seguir o mesmo caminho. Segundo, eu tenho medo de sangue. Sabia que uma enfermeira está sempre em contacto com sangue. Esses foram os motivos que fizeram com que eu não fizesse o curso enfermagem. Por isso decidi dedicar-me à vida sacerdotal.

Qual é a sua maior virtude?

O amor ao próximo. Deus é amor e ele aconselha-nos a amarmo-nos uns aos outros. Orgulho-me deste poder (o de influenciar as pessoas a seguir o caminho de Deus).

Onde busca a inspiração?

Na Bíblia Sagrada, concretamente no que está escrito em Habacuc 2:2.

Sente-se realizada?

Como fundadora e presidente dos projectos “Mulher Virtuosa” e “Horizonte Infantil”, sim. A minha maior satisfação é a felicidade do outro, ou seja, enquanto a mulher despertar e restaurar as suas virtudes, e as crianças desfavorecidas tiverem a oportunidade de brincar nos mesmos lugares que as “abastadas”, sentir-me-ei realizada.

O que a motivou a criar esses projectos?

No caso do Projecto “Mulher Virtuosa” foi a desvalorização da mulher. Acho que a mulher sofre de uma doença que se chama desvalorização, e o projecto do qual sou presidente ensina à mulher tudo o que ela precisa para ser virtuosa, além de despertar e exaltar os valores nela interiorizados, que por vezes ela desconhece.

Em relação ao projecto “Horizonte Infantil’, eu via crianças a passear com os seus pais e ficavam limitadas a certas brincadeiras ou não podiam ter acesso a certos locais devido à falta de condições para tal.

Decidi investir em centros de diversões infantis, pratico preços acessíveis de modo que até as crianças mais pobres ou desfavorecidas tenham o mesmo privilégio que as consideradas ricas, o de brincarem em “pula- -pula”, por exemplo.

Há mais projectos para o futuro?

Estamos a reunir condições para comprar mais material de diversão para as crianças. Pensamos também em abrir um parque de diversões só nosso. Devido à falta de espaço, somos obrigados a arrendar.

O que mais a deixa indignada, quando se fala da mulher?

A degradação dos valores morais da sociedade, e da mulher, em particular. A mulher tem sido usada, às vezes porque ela permite. A exposição a que elas submetem o corpo deixa-me revoltada. A mulher deve reconhecer que tem valores nobres, os quais só se notam quando ela se valoriza.

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