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60 segundos com Amélia Franklin

60 segundos com Amélia Franklin

É uma pessoa exigente. Talvez por isso, sente-se inquieta com a dependência da mulher em relação ao homem. Porém, acredita que ela é capaz de se emancipar. Nos tempos livres, Amélia gosta de ler e cozinhar. Adora um prato de peixe seco com salada de tomate. Em suma: é uma apreciadora da cozinha moçambicana.

Amélia Franklin conta como foi a sua participação na luta de libertação nacional e os contornos que antecederam a sua eleição ao mais alto cargo daquela colectividade.

Onde e quando é que nasceu?

Nasci no dia 12 de Fevereiro de 1958 na província de Manica.

Onde é que passou a sua infância?

Foi na cidade de Chimoio, onde fiz o ensino primário. Em 1973 ingresso nas Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) na Frente de Manica e Sofala. Na altura tinha a 6ª classe.

Foi por vontade própria que entrou para as FPLM?

Foi sim.

O que a motivou?

O desejo de lutar pela justiça e pela libertação de Moçambique e dos moçambicanos.

Foi a única?

Não. Éramos um grupo de quatro jovens e eu era a única mulher.

Onde é que recebeu os treinos?

Em Nachingweia, na Tanzânia.

Foram duros?

Tudo o que é treino é duro, principalmente na área militar, mas a vontade de libertar o país e o povo moçambicano falou mais alto.

Com quem treinou?

Treinei com a Verónica Macamo, actual Presidente da Assembleia da República, Alcinda Abreu, ministra dos Recursos Minerais, Pamela Santos, esposa de Marcelino dos Santos, Aurélio Manave, Tobias Dai (era instrutor do centro) e outras figuras. Conheci também o Presidente Samora Machel.

Quando é que deixou o exército?

Depois da independência fui colocada no Ministério do Interior onde permaneço até hoje como quadro sénior.

É casada?

Sou divorciada.

Tem filhos?

Tenho sim. São quatro, duas meninas e dois rapazes, e cinco netos.

O que gosta de fazer nos tempos livres?

Gosto de ler, cozinhar e estar com a família. Gosto também de fazer trabalhos domésticos, tais como engomar, lavar a roupa.

Qual é o seu prato favorito?

Peixe seco com salada de tomate. Gosto também de matapa, chiguinha, cacana e folhas de abóbora com xima.

Que defeito é que tem?

Sou muito exigente. As pessoas podem não entender, mas eu gosto de ver as coisas no seu devido lugar.

E qualidades?

Gosto de trabalhar em equipa e sou muito amiga das pessoas que me rodeiam.

Gosta de música?

Sim. Adoro música romântica, gospel e moçambicana.

Artistas favoritos?

Roberto Carlos, Roberta Miranda, Elvira Viegas e Anita Macuácua.

Em quem se inspira?

Samora Machel, Armando Guebuza, Josina Machel e Nelson Mandela.

O que é que não pode faltar na sua bolsa?

A Bíblia – sou cristã – e o telemóvel.

Qual era o seu sonho de infância?

Era ser professora.

Conseguiu realizar?

Mas ou menos. Nunca estive perante uma turma, mas no meu trabalho tenho a oportunidade de transmitir conhecimentos e experiência às pessoas com quem trabalho.

Lembra-se de algum episódio que tenha marcado a sua vida?

Sim. A minha participação na luta de libertação. Ter de abdicar dos estudos e juntar- -me à luta foi uma decisão muito dura de tomar.

O que a levou a concorrer para o cargo de Secretária-Geral da OMM?

Não foi por iniciativa própria que concorri para este cargo, o meu nome foi proposto pelas províncias.

Aceitou logo?

Não, tinha que consultar os meus proponentes e as pessoas mais próximas e elas aconselharam-me a aceitar.

O que as mulheres podem esperar de si?

A continuidade do trabalho que vinha sendo feito pelo elenco anterior, nomeadamente a educação de adultos, capacitação, emancipação e exaltação da mulher e envidar esforços para que a mulher tenha direitos e oportunidades iguais perante o homem.

O que a preocupa na sociedade quando se fala da mulher?

A dependência perante o homem, ela deve ser independente. Vamos fazer de tudo para que ela alcance a independência. Vamos massificar a mulher no combate à pobreza e todos os males com que se debate. Outro problema é a violência contra a mulher e a criança, são males que devem ser combatidos.

Acha que a mulher está preparada?

Está sim, aliás, sempre esteve. Ela está ciente de que o seu papel é fundamental para a construção de uma sociedade próspera.

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