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15 milhões de USD para a reconstrução de casas

Cerca de 15 milhões de dólares americanos é quanto o Estado moçambicano gastou em obras de reconstrução das casas destruidas na sequência das explosões do paiol de Mahlazine, ocorridas a 22 de Março de 2007.

Na sequência das explosões do paiol de Mahlazine, há sensivelmente dois anos, muitas casas, estabelecimentos comerciais, bombas de combustível, hospitais, entre outras infra-estruturas económicas e sociais, públicas e privadas, foram parcial ou totalmente destruídas.

Pelo menos 243 famílias viram as suas casas totalmente destruídas e outras largas centenas foram parcialmente atingidas pelas violentas explosões de material bélico, que, há anos, se encontava depositado naquele quartel das FADM.

Várias famílias dos bairros circunvizinhos, como Zimpeto, Mahlazine, Mahotas e Magoanine, ficaram desabrigadas, passando, então, a viver em tendas, outras ainda em casas de familiares ou amigos.

Os engenhos explosivos, a partir do paiol das FADM em Malhazine, não apenas deflagraram casas como também semearam luto e incapacidade física. Pelo menos 103 pessoas perderam a vida e outras 515 contrairam ferimentos, entre graves e ligeiros, algumas das quais definitivamente incapacitadas de realizar algumas actividades.

Das infra-estruturas económicas sacudidas pelo material bélico, que a partir do paiol de Malhazine criou pânico na cidade e província de Maputo, a Lusovinhos, uma empresa de fabrico de vinhos localizada na Avenida de Moçambique, no bairro de Zimpeto, foi a mais atingida.

As suas instalações ficaram com portas estragadas e vidros todos partidos devido ao impacto das explosões, situação que veio a piorar quando um projéctil atingiu e destruiu a destilaria, onde havia tanques de combustíveis, fermentação e armazenamento de melaço, tendo de seguida pegado fogo, criando mais estragos ainda.

Os telhados desmoronaram-se, as estruturas do edifício cederam, os vidros partiram-se e os cabos rebentaram, criando danos avultados, avaliados, na altura, em pouco mais de um milhão e meio de dólares norte-americanos.

No entanto, não era a primeira vez que aquela instituição era sacudida por projéctis vindos do paiol de Mahlazine. Em Janeiro do mesmo ano (2007), houve uma explosão, embora de pequenas dimensões, que atingiu uma parte da empresa, criando prejuízos depois arcados pelo Estado, através do Ministério da Defesa Nacional.

Embora com instalações parcialmente destruídas, as bombas de combustível Nova Amadora que igualmente se localizam na Avenida de Moçambique, em Zimpeto, não escaparam. Foram atingidas por um projéctil que caiu nas instalações, provocando prejuízos, desde as instalações até aos produtos devorados, calculados em cerca de 500 mil meticais.

Dias depois daquele factídigo dia – 22 de Março de 2007, que ficou registado na história – o Governo criou o Gabinete de Apoio e Reconstrução (GAR), uma instituição que tinha como missão fazer o levantamento dos danos e proceder à respectiva reposição e/ou indemnizações.

Foram ao todo cerca de 12 mil casas, entre elas estabelecimentos, que merecerem a intervenção do GAR. Para além das 243 casas totalmente destruídas, a elas juntam-se outras 62 que sofreram grandes danos e outras ainda, cujos danos foram menores.

Para custear as despesas inerentes às reabilitações e/ou reconstruções, foram investidos cerca de 15 milhões de dólares norte-americanos, dinheiro disponibilizado pelo Governo moçambicano. Foi uma reposição feita de acordo com a situação de cada um, procurando-se, contudo, melhorar as condições de vida de algumas pessoas, pois mesmo aquelas que tinham habitações de contrução precária (de caniço, outras de madeira e zinco) receberam casas novas feitas de blocos, pintadas e, por vezes, com energia eléctrica, coisas que algumas vítimas não tinham.

Foi, contudo, uma reconstrução que conheceu, para além de alguns casos de interrupções constantes, lentidão na execução das obras, isso porque o material, segundo as vítimas, era disponibilizado a esse ritmo, o que atrasou sobremaneira a sua conclusão.

Durante este período, as vítimas esperimentaram maus momentos em virtude de as suas casas não terem ainda sido erguidas.

 

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