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Zona urbana cada vez mais nauseabunda

Actualmente tem sido quase impossível circular nalgumas zonas da cidade capital sem sentir o cheiro nauseabundo provocado pela urina e fezes que alguns munícipes têm depositado nas árvores, ao ar livre e em casas abandonadas, agravando, desta forma, os problemas ambientais que apoquentam a urbe.

Só para citar alguns exemplos, as avenidas Samora Machel e Tomás Nduda em frente do Concelho Municipal e Hospital Central, respectivamente, viraram autênticos urinóis, sem mencionar as latrinas em que as paragens do Museu, A. Voador, Eduardo Mondlane, em frente do HCM e outros pontos da cidade se transformaram.

Numa ronda efectuada na cidade de Maputo há dias, @VERDADE interpelou alguns munícipes e percebeu as motivações que estão por detrás desse comportamento. No entender de muitos, as pessoas recorrem a tais práticas por causa da escassez de sanitários públicos. Amós Jone acha que os utentes não têm tido alternativas e questiona: “como é que vai reagir a pessoa que se sentir apertada enquanto estiver, por exemplo, na zona da Sommerschield?”. Além deste factor, outros acham que o problema reside no facto de o acesso aos sanitários ser mediante o pagamento de uma taxa. Nesta ordem de ideias, Dinis Augusto afirmou ser muito prático recorrer a uma árvore quando não se tem dinheiro para tal.

“Nem sempre tenho dinheiro para o efeito, por isso acho que é mais fácil aliviar-me dessa forma, que para mim é muito simples”, afirma. No entanto, apesar do dilema, há pessoas que, embora sem deixarem de criticar a edilidade pela falta de infra-estruturas apropriadas, repudiam tais actos e dizem que nas horas de aperto recorrem a escolas e mercados.

“No meu caso, quando tenho necessidade, desloco-me a uma escola ou mesmo ao mercado que estiver por perto. Portanto, acho que, o que está em causa é a falta de respeito pela coisa pública, não é necessariamente a falta de sanitários”, afirmou Olinda Wassiquete, uma citadina que diz acompanhar com tristeza o nível de degradação que a cidade está sofrer devido à falta de postura urbana de muitos utentes.

CMCM tem a palavra

Face a esta situação, o director do sector das actividades económicas do Concelho Municipal de Maputo (CMCM) reconheceu o cenário e anunciou a existência de um projecto de multiplicação, através do qual serão construídos, no ano em curso, 15 sanitários públicos. A iniciativa tem sido levada a cabo em parceria com o sector privado através de concursos públicos. Conforme as estimativas, Maputo possui pouco mais de 70 infra-estruturas do género.

Estas cifras, segundo alguns analistas, são limitadas quando se olha para a enorme densidade populacional na capital, ou seja, são 70 sanitários para 1.271.569 habitantes de acordo com o censo de 2007. A maior parte está situada nos mercados e pouco menos de uma dezena encontra-se nos jardins. Nestes lugares as infra-estruturas são geridas por empresas privadas porque, segundo nos deram a conhecer, o Concelho Municipal concessionou a privados com o fito de criar oportunidades de emprego e facilitar a sua multiplicação pela cidade.

Todavia, mesmo nos mercados, devido às enchentes que caracterizam os locais, as sanitas não têm estado à altura de satisfazer os utentes. Nalguns deles, a utilização dos sanitários é gratuita e noutros não. Nos jardins, o uso dos sanitários públicos é feito mediante ao pagamento de taxas que variam de um metical para necessidades menores e dois para as maiores

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