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Zimbabweanos votaram pacificamente em eleições pouco transparentes

Zimbabweanos votaram pacificamente em eleições pouco transparentes

A votação para escolha do Presidente e parlamentares no Zimbabwe decorreu nesta quarta-feira (31) pacificamente e com uma grande afluência de eleitores as urnas que encerraram as 19 horas. Contudo alguns poucos postos de votação continuaram abertos até o último eleitor na fila depositar os seus votos. O apuramento teve início pouco depois do encerramento das urnas, mas o resultado final é esperado na segunda-feira (5).

Ao longo do dia, os eleitores zimbabweanos enfrentaram longas horas de filas para participar das eleições que vão determinar se o presidente Robert Mugabe, no poder há 33 anos, vai continuar a liderar os destinos deste país vizinho de Moçambique.

Muitas pessoas já se alinhavam antes mesmo do amanhecer para votar nas eleições locais, parlamentares e presidenciais que colocam Mugabe, de 89 anos, contra seu antigo rival político, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai. “É importante que eu vote. É o único momento em que posso dizer algo”, declarou Samson Mashaire, de 58 anos, enquanto aguardava do lado de fora de uma barraca, armada como posto de votação eleitoral na capital Harare.

Os eleitores foram às urnas em massa apesar das suspeitas de que a contagem dos votos será manipulada. Ativistas acreditam que o grande comparecimento deve favorecer Tsvangirai, ofuscando o impacto de qualquer eventual manipulação dos votos.

Apenas 600 observadores internacionais foram admitidos pelo governo de Mugabe, para monitorar a transparência em cerca de 6 mil postos de votação. Os únicos observadores internacionais permitidos são da União Africana, dos países da SADC, Venezuela, Cuba, Sudão e Bielorrússia.

O chefe da missão da União Africana, o antigo presidente da Nigéria Olusegun Obasanjo, afirmou após o encerramento das urnas que as eleições foram livres e justas. A maioria dos observadores estrangeiro monitoraram apenas os postos de votação localizados nos maiores centros urbanos e na capital Harare.

Informações de jornalistas independentes indicam que nos cadernos eleitorais actualizados, que não foram tornados públicos, existem inscritos cerca de 200 mil eleitores com 103 anos de idade ou mais e ainda estarão inscritas cerca de 2 milhões de eleitores que já morreram. Foi também descoberta, durante a votação, um posto falso na zona rural de Matabeleland.

Para estas eleições foram inscritos 6,5 milhões de eleitores zimbabweanos.

Entretanto ainda ontem, Mugabe negou que os seus partidários estejam envolvidos em preparativos de fraude eleitoral, em resposta a denúncias de irregularidades ocorridas com a aproximação da data da votação. “Não fizemos nenhuma trapaça, nunca, jamais”, disse ele.

O líder garantiu, ainda, que respeitará o resultado das urnas e deixará a presidência caso perca a disputa, respondendo ao rumor de que, na hipótese da vitória de Morgan Tsvangirai, militares e policiais partidários de Mugabe não permitiriam que seu adversário assuma o cargo se vencer nas urnas.

 

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