Na mesma noite da inauguração do Festival Encontrarte, uma das colectividades que exibiu a sua arte e manifestação cultural, foi o Grupo Xigubu do distrito de Matutuíne.
Tal como a dança que pratica, de acordo com os seus membros, a colectividade é muito antiga. Sendo que a experiência em relação ao bailado – que é uma dança guerreira – foi transmitida dos mais para os mais novos ao longo de vários anos.
“Já participámos em vários festivais. Mas no Encontrarte, a nossa aparição neste ano é pela primeira vez. Esta a ser uma boa experiência. O nosso grupo é secular por isso, ao certo, não sei quando é que foi fundado. Nós estamos a dar continuidade aos ensinamentos que o nosso pai nos transmitiu em relação à dança tradicional”, refere Agnelo Judas Tembe de 39 anos, todos dedicados à dança tradicional.
Uma experiência desafiadora
Azarias Lázaro é aluno da 11a classe. Pratica a dança tradicional desde 2002, mas em 2009, quando Judas Tembe – o ancião que orientava o Grupo de Xigubu de Matutuíne faleceu – ele assumiu a tarefa.
“As nossas dificuldades têm a ver com a escassez de eventos culturais para a exposição das nossas danças. Nós só actuamos nas festas de xitique, em casamentos, ou outras actividades de cariz familiar. Não temos tido oportunidades de realizar concertos em palcos convencionais, como também ainda não actuamos no estrangeiro”, refere Lázaro.
De qualquer forma, “a nossa experiência é sempre desafiadora porque é necessário que o artista exercite, cada vez mais, o seu trabalho, criando novas coreografias. É verdade que somos fortes, mas precisamos de sofisticar mais a nossa dança. Praticamos as danças tradicionais também com a finalidade de alcançar algum progresso na forma como nos relacionamos com esta forma de arte e manifestação cultural”.
