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Xiconhoquices do ano: Violência na cadeia feminina de Maputo; Privilégio para Moçambola; Propaganda como prioridade no PES; Governação a piorar

Xiconhoquices da semana: Investimentos do Banco Mundial em combustíveis fósseis; Endividamento das Empresas Públicas; Crise de gás de cozinha

Ao longo do ano 2018, os nossos eleitores elegeram várias Xiconhoquices, mas os que mais se destacaram, pela sua morbidez, é a violência protagonizada por oficiais superiores do Serviço Nacional Penitenciário contra as detentas do Estabelecimento Penitenciário Preventivo de Maputo; o privilégio dado ao campeonato nacional de futebol em detrimento de sectores chaves da sociedade; passando pelo investimento na propaganda do Governo da Frelimo; e por fim o facto de sermos o pior exemplo de governação em África.

Violência na cadeia feminina de Maputo

Definitivamente, como uma sociedade, Moçambique está gravemente doente. A situação que se sucedeu no Estabelecimento Penitenciário Preventivo de Maputo é pragmático disso. Não se justifica que num país normal aconteça esse tipo de episódios. Acontece que os guardas do referido estabelecimento violaram sexualmente diversas reclusas durante uma suposta acção de revista às prisioneiras. A desculpa usada por esse bando de criminosos é de que estava à procura de telemóveis escondidos nas celas, situação essa que semeou pânico no seio das reclusas. Este acto abominável, orientado por oficiais superiores do Serviço Nacional Penitenciário, foi denunciado por uma associação de apoio a reclusos. Só num país em que as instituições do Estado não são sérias assiste-se a tamanha pouca vergonha.

Privilégio para Moçambola

Não há dúvidas de que o futebol nacional não tem trazido alegria para os moçambicanos, mas o Presidente da República, Filipe Nyusi, no auge do oportunismo barato, veio ao público afirmar de viva voz que o Moçambola é uma actividade do povo moçambicano, pertence ao povo, razão pela qual ele e a sua turma de incompetentes vão arranjar dinheiro para que o campeonato nacional de futebol de 2018 chegue ao fim. O mais caricato é que ele e o seu bando não conseguem disponibilizar fundos para acabar com a desnutrição crónica de milhões crianças, para construir mais escolas e hospitais ou mesmo aumentar condignamente os salários dos trabalhadores. Sem dúvidas, esse posicionamendo de Nyusi não passa de numa clara demonstração de pré-campanha eleitoral que visa embriagar os moçambicanos com cerveja e futebol e no final acabou por admitir que foi o melhor ano desportivo de sempre graças a vitórias da vela, basquetebol e salto a corda!

Propaganda como prioridade no PES

O Governo da Frelimo não está preocupada com o bem-estar da população moçambicana. Uma das evidências dessa Xiconhoquice é o facto de Filipe Nyusi e os seus títeres terem como prioridade do seu Plano Económico e Social para 2019 fazer propaganda das “realizações” positivas da sua governação, usando a rádio e televisão públicas sob coordenação do Gabinete de Informação. Ou seja, depois haver injectado mais de 1 bilião de meticais durante o ano transacto nas deficitárias rádio e televisão públicas, o Governo de Filipe Nyusi pretende alocar outros biliões para estes dois órgãos de comunicação social que são responsáveis pela sua propaganda eleitoralista. Com tantos problemas por se resolver neste país, Nyusi e a sua corja acaham melhor investir a propaganda das suas supostas realizações. Quanta Xiconhoquice

Governação a piorar

Não é novidade para nenhum moçambicano que a governação da Frelimo tende a piorar, o que de certa maneira demonstra a falta de vontade política de se criar um ambiente saudável para o povo moçambicano. O Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) de 2018, divulgado na última semana de Outubro é prova disso, colocando o nosso país na posição 25, menos duas do que no ano passado. Apesar dos discursos floreados de boa vontade e abertura ao diálogo do Presidente da República, Filipe Nyusi, a cada dia que passa o espaço da sociedade civil tem vindo a diminuir em Moçambique de forma preocupante. Além disso, o IIAG refere que o Ambiente Comercial em Moçambique é incompatível com o crescimento da população em idade activa. Resumindo, a má governação sempre foi o prato forte do Governo da Frelimo.

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