Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Xiconhoquices da semana: Salários; Recolha de assinaturas coerciva pela Frelimo na Função Pública; Sangue nas estradas

Xiconhoquices da semana: Funcionários públicos obrigados a participar na campanha eleitoral; Falta..

Os leitores do @Verdade elegeram as sequintes Xiconhoquices na semana finda:

Salários

É sempre um martírio, para o cidadão comum, a divulgação da tabela de salários mínimos. O acto que devia, por razões óbvias, ser recebido com hosanas é, na verdade, uma facada na dignidade dos trabalhadores moçambicanos. Na última terça-feira (29), foi divulgada a tabela de salários mínimos referentes ao presente ano de 2014 e ninguém manifestou alegria.

Até porque, na mesma altura, ficámos a saber que os deputados aprovaram um pacote de regalias para que tenham, depois da legislatura, dignidade. Essa mesma dignidade que é negada ao povo. O anúncio, para sermos mais claros, sedimentou apenas a certeza de que os consumidores vão continuar a fazer acrobacias engenhosas de modo a ajustar o orçamento doméstico às despesas relacionadas com bens de consumo, material escolar, transporte e pagar a conta de água e luz.

Em suma: os ordenados mínimos nacionais, ajustados na última Concertação Social, partem de 2.800 aos 7.500,00 meticais, longe dos aproximadamente nove mil meticais que propunha a Organização dos Trabalhadores de Moçambique – Central Sindical (OTM-CS). Ou seja, os acréscimos variam de 200,00 a 600,00 meticais. Um verdadeiro insulto ao povo sofredor. Não é Xiconhoquice isso?

Recolha de assinaturas coerciva pela Frelimo na Função Pública

“Ronda um papel destes em todos os bairros da província de Nampula e em instituições públicas como hospitais e escolas, é-nos exigida a entrega do cartão de eleitor, o qual é usado para preencher numa ficha em apoio à candidatura de Filipe Nyusi. Alegam que os funcionários que se recusam a preencher são da oposição e eles, em momento oportuno, saberão o que fazer.

Nesse sentido estamos com medo e tememos pelo nosso futuro”, escreve um cidadão na cidade de Nampula. @Verdade viu as fichas e confirma que as mesmas reúnem assinaturas de funcionários públicos sem o seu consentimento.

Uma autêntica Xiconhoquice típica do partido no poder. Lembre-se, caro leitor, que o fenómeno não é novo e tem a idade da democracia. Nas últimas eleições autárquicas algumas brigadas da campanha eleitoral do partido Frelimo estiveram no bairro de Maxaquene “B”, na cidade de Maputo, a recolher os números de cartões de eleitores para fins desconhecidos.

“Eu não dei o número do cartão de eleitor e menti dizendo que não me tinha recenseado. Mas achei muito estranho que um partido exija cartão de eleitor às pessoas”, disse ao @Verdade, na ocasião, um dos cidadãos de Maxaquene “B” que foi contactado para o efeito. Portanto, não há nada de novo neste procedimento.

Sangue nas estradas nacionais

“Pelo menos 24 pessoas morreram e outra dezena contraiu ferimentos graves e ligeiros, em resultado de 32 acidentes de viação, ocorridos na semana de 19 a 25 de Abril corrente, em Moçambique. Segundo Pedro Cossa, porta-voz do Comando- -Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), o grosso dos incidentes foi protagonizado por indivíduos na faixa etária de 39 a 45 anos de idade.

A província de Manica é a que tem registado um maior número de condutores ilegais. Os atropelamentos, o excesso de velocidade, os choques entre carros, o embate entre carro e moto, a má travessia de peões e o corte de prioridade foram os principais factores causadores do luto e sangue nas estradas.

Na tentativa de refrear esta onda de sinistralidade, a Polícia de Trânsito (PT) fiscalizou pelo menos 30.799 veículos, dos quais apreendeu 69 por diversas irregularidades que atentam contra o Código da Estrada”, lê-se na página de Internet do jornal @Verdade. Só precisamos de mudar as datas e ligeiramente os números de semana a semana: o quadro é sempre o mesmo e o discurso das autoridades mantém-se imutável. Conhece os motivos e as causas, mas não faz nada para conter o fenómeno.

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *