Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Roubo de combustível no Porto da Matola
Foi preciso de um desastre de proporções alarmantes para se desvendar a pouco vergonha que caracteriza os portos em Moçambique. Aliás, neste país rouba-se quase tudo. O caso que se sucedeu no Porto da Matola é paradigmático de o que tem vindo a acontecer em todos os cantos deste país. No caso em particular, pelo menos 16 pessoas perderam a vida, e duas outras ficaram feridas com gravidade, na sequência da tentativa de roubo de combustível que terminou num incêndio de grandes dimensões. A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve nove pessoas, entre eles agentes da corporação, em conexão com este incidente que danificou a plataforma de descargas de cereais e destruiu duas viaturas e sete embarcações de pequena dimensão. Enfim, é mais uma Xiconhoquice para lista!
Reprovação da comissão de inquérito à EMATUM
Já é sabido que a Empresa Mocambicana de Atum (EMATUM), que endividou o Estado moçambicano em 850 milhões de dólares norte-americanos, é uma verdadeira trapaça. E os arquitectos dessa pouca vergonha são figuras ligadas ao partido no poder. Por essa razão, a bancada parlamentar da Frelimo rejeitou a possibilidade de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a EMATUM. É de conhecimento de todos que a empresa foi criada num cenário corrupto que envolve o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, o actual Chefe de Estado Filipe Nyusi e o ex-ministro das Finanças, Manuel Chang. A Frelimo justifica que não se pode criar a comissão sob o risco de ferir o princípio de separação de poderes. Na verdade, a bancada parlamentar da Frelimo é cúmplice nesse negócio obscuro que colocou o país numa situação de instabilidade financeira.
Forças Governamentais no Save
Definitivamente, não há vontade política de pôr término a crise político-militar que se arrasta há mais de dois anos no país. O Governo da Frelimo está decidido em manter a instabilidade política, não obstante os prejuízos socio-económicos que tem vindo a causar. As novas informações dão conta de que as forças governamentais intensificaram a revista a pessoas e a veículos de mercadorias no posto de controlo da ponte sobre o Rio Save, na Estrada Nacional N1. O mais caricato nessa acção é o facto de a Polícia estar a exigir bilhetes de identidade, passaportes e guias de marcha aos passageiros provenientes do Norte e do centro com destino ao Sul. Quanta Xiconhoquice!