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Xiconhoquices da semana: Oferta de Mercedes Benz ao Presidente da República; 25 de Setembro num estádio “vazio”; Suposta tolerância

Xiconhoquices da semana: Novo Regulamento de Transporte em Veículos Automóveis; Passaporte falso de Nini sem falsificadores; Campanha eleitoral da Frelimo

Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:

Oferta de Mercedes Benz ao Presidente da República

A 26 de Setembro último, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) ofereceu, durante a comemoração do seu 18° aniversário, uma viatura luxuosa da marca Mercedes Benz S350, ao alto magistrado da Nação, Armando Guebuza, supostamente em reconhecimento da melhoria do diálogo com o Governo ao longo da existência desta agremiação.

O que causou indignação é o facto de Guebuza ter aceite o carro sem olhar para os lados nem pestanejar, o que, sem dúvidas, contrariava a Lei 16/2012, de 14 de Agosto, que ele próprio promulgou e mandou publicar. Apesar de a viatura ter sido devolvida à procedência, quatro dias depois, ficou claro que o Chefe de Estado e a CTA têm maus assessores jurídicos e precisam de “espíritos santos de orelha”.

Para não protagonizar uma desconsideração, o Presidente da República devia ter aceite o Mercedes, agradecer o gesto e, em seguida, dar um xeque-mate à CTA proferindo o seguinte: “O Servidor Público não deve, pelo exercício das suas funções, exigir ou receber benefícios e ofertas, directamente ou por interposta pessoa, de entidades singulares ou colectivas, de direito moçambicano ou estrangeiro.” Assim, ele teria mostrado que faz da Lei sagradas letras.

Festejar o 25 de Setembro num estádio “vazio”

O Presidente da República, Armando Guebuza, enalteceu, a 25 de Setembro último, o papel das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), por ocasião dos 50 anos, desde a sua criação, em 1964, como Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM), na altura em que se desencadeou a luta de libertação nacional.

“Nesta data, gritamos ao mundo a nossa auto-determinação de sermos uma Nação livre, independente e soberana”, disse Guebuza no Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), quase vazio, em resultado da falta de participação dos moçambicanos, em particular dos citadinos de Maputo e da Matola. Esta situação pode ser uma demonstração de que as pessoas ainda “mandam passear” as efemérides relacionadas com os acontecimentos importantes para a história do país.

Mesmo assim, o Chefe de Estado não se coibiu de dar a volta ao estádio para saudar os poucos compatriotas presentes. O facto de Guebuza se ter dirigido, quase, às bancadas não o coloca como um louco, mas, sim, deve sensibilizar a todos nós para evitarmos xiconhoquices tais como gazetarmos à celebração de feriados em conjunto. Não se esquecer de que foi a 25 de Setembro de 1964 que começou a concretizar-se o sonho da nossa independência a 25 de Junho de 1975…

Suposta tolerância de ponto a 26 de Setembro

Na semana passada, por ocasião da celebração do dia das FADM, após tomar conhecimento da circulação de informações, nas redes sociais, dando conta de que o Executivo tinha decretado tolerância de ponto para o dia 26 de Setembro, o pelouro do trabalho emitiu um comunicado a informar que tais informações não constituíam verdade e “visam alcançar objectivos estranhos, inconfessáveis e criar perturbações no seio daqueles que através do seu trabalho seguem a agenda do Governo de luta contra a pobreza.”

Os nossos leitores entendem que tal informação só pode ter sido propagada por pessoas que não gostam de trabalhar e com o objectivo de promover a ociosidade. É preciso que as pessoas saibam de que as tolerâncias de ponto são concedidas com uma antecedência de 48 horas, o que até o dia 24 de Setembro ainda não tinha acontecido.

Aliás, de acordo com o artigo 37, da Lei do Trabalho (Lei 23/2007, de 01 de Agosto) em vigor em Moçambique, os feriados que ocorrem num domingo passam automaticamente para segunda-feira, o que não era o caso, relativamente ao feriado do dia 25 de Setembro. É inadmissível existirem no país pessoas que, por causa do facto de não gostarem de trabalhar, fomentam a preguiça.

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