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Xiconhoquices da semana: nomeação de membros dos G40; investigação da morte de Siba-Siba; Decréscimo da despesa do Estado nos sectores básicos

Xiconhoquices da semana: Falta de acção disciplinar cvontra funcionários públicos corruptos; CNE...

Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:

Indicação de dois membros do G40 para a magistratura judicial e administrativa

É o que faltava! Depois de infestar todos os órgãos de comunicação social públicos, o G40, um grupo genuinamente de lambe-botas, começa a tomar de assalto os órgãos da magistratura com o beneplácito das pessoas para quem trabalham. Recentemente, dois indivíduos viram a suas incompetências e falta de vergonha serem patenteados pelo Parlamento a mando do partido Frelimo, que recorreu à ditadura do voto para tal. Apesar de serem sobejamente conhecidos, os nossos eleitores alegaram que os nomes dos visados não podem constar desta página porque a mesma não foi criada para imortalizar coisas e pessoas indecentes. Os primeiros propagandistas da ideologia do partido Frelimo têm, agora, postos fixos no Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) e no Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa (CSMJA), onde vão dar seguimento aos seus rituais de exaltação a Guebuza, insultos à oposição e a qualquer pessoa que pensa diferentemente deles ou com ideias contrárias ao regime. Ode à Procuradoria-Geral da República que continua a manter-se em silêncio perante o pedido que lhe foi endereçado para averiguar a pertinência do grupo de analistas. A Rádio Moçambique (RM) e a Televisão de Moçambique (TVM) já podem requisitar os serviços dos famigerados analistas e comentadores “autorizados” sem olharem para os lados. Viva esta xiconhoquice que consiste em subverter o político.

Demora na investigação da morte de Siba-Siba

A 11 de Agosto de 2001, o economista moçambicano António Siba-Siba Macuácua foi brutalmente morto quando investigava uma fraude. Treze anos decorreram desde a morte deste compatriota e a pergunta que não quer calar é: Até quando os culpados estarão à solta? A investigação do caso não conheceu desenvolvimentos. A administração da Justiça não se cansa de se vergar perante a própria incompetência. A filha de Siba-Siba uma vez escreveu: “ O meu pai tinha 33 anos quando foi lançado para a morte. Os grandes chefes do meu pai, os grandes chefes de Moçambique, apareceram no funeral. Todos me abraçaram e me dirigiram palavras de conforto. Fizeram promessas. E disseram que os culpados seriam conhecidos e punidos. Nunca aconteceu nada disso. (…) E a verdade é que nunca mais vi nenhum desses senhores que tantas promessas fizeram. Nem sequer nos dias de homenagem. Nunca mais apareceram. Ninguém. Eles esqueceram o abraço de conforto, esqueceram as promessas. Mas eu não esqueço. Como é possível esquecer? Algum de vocês esqueceria?”, eis a pergunta a que os representantes das instituições da Justiça devem responder.

Decréscimo da despesa do Estado nos sectores de educação, saúde e água e saneamento

Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) denunica que a “Situação das Crianças em Moçambique – 2014” não é das melhores. Problemas tais como falta de água, casamentos prematuros, desnutrição, voltam a fazer-nos constar da lista negra e o impacto disso equivale a estarmos de tronco nu. Isto é xiconhoquice dos grandes, principalmente quando o UNICEF diz que as disparidades regionais entre as regiões norte/sul e habitacionais, rural-urbano, no contexto do acesso a serviços de educação, saúde e água e saneamento denunciam uma injustiça social. O que não se percebe é como é que a despesa pública do Estado nos sectores acima referidos tem descrescido. Sem dúvidas, isto é xiconhoquice! Segundo o UNICEF, o financiamento dos serviços das crianças não é um custo, mas um investimento, e aconselha que se efectuem avanços consideráveis em diversos indicadores porque as consequências do desinvestimento do Governo nos serviços sociais básicos podem ser nesfastas no futuro. Por isso, recomenda uma alocação de pelo menos 40 porcento do Orçamento do Estado (OE)  a sectores sociais básicos, sob pena de se verificar um retrocesso na situação da criança moçambicana.

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