Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Falta de socorro na travessia Maputo/ KaTembe
A seriedade de um país vê-se nos pequenos actos, como, por exemplo, a rapidez na resposta à situações relacionadas com vida dos cidadãos. Há sensivlemente uma semana, uma pequena embarcação que garantia a travessia entre a capital do país, Maputo, e o distrito municipal de Catembe, naufragou. Quem assistiu ao desolador cenário, não pode conter as lágrimas, pois era visível o desespero das pessoas que se faziam a embarcação. Foram horas a fio a suplicarem por socorro. A falta de meios de pronto socorro neste tipo de acidentes é uma situação vergonhosa. Não é a primeira vez que acontece um caso desta natureza. No referido incidente pelo menos duas pessoas perderam a vida. Quantas mais vidas são necessárias se perderem para que as autoridades competentes criem condições com vista a minimizar a perda de vidas humanas? Enfim, o povo continua ao deus-dará!
Polícia na Redacção do Jornal Zambeze
É deveras impressionante a falta de sensatez da nossa Polícia. Porém, para a estupefação dos moçambicanos, nesta semana, a nossa “querida” Polícia voltou a agir no cúmulo da sua falta de sanidade mental, ao intimar os jornalistas do Semanário Zambeze por terem publicado uma notícia veículada por uma rádio malawiana, dando conta de militares mortos na região centro do país, na senda do conflito armado que o país atravessa. O mais caricato nessa história não é a intimação feita aos jornalistas, mas sim o aparato policial criado para que estes se deslocasse até às instalações da Polícia de Investigação Criminal (PIC) para que fossem ouvidos. Com tantas situações verdadeiramente preocupantes, que estão a deixar o país à beira da falência, a nossa Polícia prefere fingir que nada está a acontecer. Por quê não usar a mesma rapidez para investigar os crimes que apoquentam milhões de moçambicanos? Enfim, quando a Polícia é conivente nos crimes que assolam a sociedade não se pode esperar outra atitude.
Ritos de iniciação
Parece que, a cada dia que passa, vai ficado claro que os ritos de iniciação há muito que deixaram de ser uma prática salutar para a sociedade moçambicana, sobretudo na região norte do país. Os valores culturais, por detrás dessa prática, há muito que se perderam. Aliás, nos tempos que correm, estes valores estão cada vez mais desestruturados e desactualizados. A título de exemplo, é a lamentável história da adolescente Laura, na província de Cabo Delgado, que teve de abandonar a escola, quando se encontrava a frequentar a sexta classe, para atender aos ritos de iniciação. Regressado dessas práticas, ela viu-se forçada a casar-se pelos seus progenitores. O mais revoltante nessa situação é o silêncio cúmplice das autoridades governamentais que continuam a proteger tais práticas que têm vindo a adiar o sonho e a hipotecar o futuro de milhares de raparigas moçambicanas.