Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Edil condenado por corrupção volta ao cargo
O nível de promiscuidade a que chegamos é deveras preocupante. Pórem, o pior de tudo é a falta de vergonha das instituições públicas e/ou de Estado e os indivíduos que se encontram pendurados nesses poleiros. Depois de ser condenado por abuso de poder e actos de corrupção, o Presidente do Conselho Municipal de Lichinga, Saíde Amido, regressou ao seu posto de trabalho com a cara mais deslavada, como se nada tivesse acontecido, ao invés de abandonar imediatamente o seu cargo, uma vez que tem a imagem totalmente destruída. Aliás, o regresso de Amido à presidência daquele município descredibiliza a Justiça moçambicana e também aquela edilidade. Um indivíduo de má conduta como o edil de Lichinga não pode continuar a frente de uma instituição que se pretende idónea, pois corre-se o risco de voltarmos a assistir a propagação da corrupção e abuso de poder.
Comissão parlamentar de inquérito “valas comuns”
Uma autêntica vergonha de proporções astronómica, é o que se pode dizer da Comissão Parlamentar criada para investigar o caso da existência de valas comuns em Canda, no distrito de Gorongosa. A comissão, constituída maioritariamente pelos deputados da bancada parlamentar da Frelimo, é, na verdade, uma grande trapaça. Diga-se em abono da verdade, a mesma foi criada para o inglês ver e aplaudir, razão pela qual não se podia esperar outro resultado. Os deputados da Frelimo deliberadamente desviaram-se do foco da investigação, procurando de forma desenfreada desacreditar as informações segundo as quais há centenas de moçambicanos mortos e enterrados numa vala comum. Diante de pelo menos 15 corpos, a Comissão ignorou e concluiu não haver vala comum naquela região do país. Em Gorongosa, a comissão recusou-se a atravessar Rio Nyadwe e percorrer os cinco quilómetros de distância para a região onde os corpos foram encontrados. Edson Macuácua, que lidera a Comissão, apresentou como justificação que o trabalho da Comissão, nesta fase, é só em Sofala.
Combate à corrupção
A corrupção soma e segue no país, e as instituições que deviam combater finge que o problema não lhes diz respeito. Um estudo realizado pelo Centro de Integridade Pública (CIP) publicado em Maputo constata que Moçambique é um país severamente afectado pela corrupção que é influenciada pelo Governo seguido pelos negócios das multinacionais e os traficantes de drogas. Alfândegas, Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM), sub-facturação das importações dos combustíveis líquidos, processo de aquisição no sector das telecomunicações e também na construção e obras públicas são os cinco sectores “nos quais a corrupção é a mais acentuada” no nosso país. Porém diante dessa realidade, a Procuradoria continua a fechar olhos, limitando-se a correr atrás de pilha galinhas. Quanta Xiconhoquice!