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Xiconhoquices da semana: fraca produção de pescado; pais que registam tarde os filhos; LAM explora jovens

Os nossos leitores destacaram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:

1. Aproveitamento de 1 por cento da capacidade de produção de pescado

Apenas 1 porcento do nosso potencial. Não pode haver xiconhoquice maior. A nossa fome deriva, também, da preguiça dos nossos governantes. Estes é que são agitadores profissionais. Inimigos do desenvolvimento.

Apesar de dispor de uma capacidade de produção de pescado de cerca de 120.300 hectares em regime de aquacultura, Moçambique aproveita apenas 1% daquele potencial, segundo o Ministério das Pescas, realçando que este nível “não contribui para superar o défice alimentar no país”.

Aquele departamento governamental reconhece que este potencial está “subaproveitado e não contribui em nada no combate à pobreza”, apontando como razões da situação a falta de infra-estruturas para a produção de larvas, alevinos, ração e dificuldades de acesso ao crédito pelos pescadores artesanais.

A escassez de técnicos e a não utilização de tecnologias modernas pela maioria dos operadores do sector são outros constrangimentos que desencorajam um maior envolvimento do sector privado nacional e o investimento estrangeiro com vista ao combate à insegurança alimentar e nutricional.

Apesar do pouco interesse pelo sector, Moçambique vai continuar a fomentar a aquacultura para “fazer face à crescente procura de produtos pesqueiros no país e no mercado internacional”, acrescenta o Ministério das Pescas, reconhecendo também que a actividade continua pouco conhecida no país.

No global, o potencial pesqueiro de Moçambique é estimado em cerca de 330 mil toneladas/ano, sendo os principais produtos o camarão de águas pouco profundas, crustáceos de profundidade e peixes diversos.

Em 2011, a contribuição do sector de pescas no Produto Interno Bruto (PIB) do país foi de apenas 2%, “apesar da disponibilidade de cerca de 2700 quilómetros da costa marítima, águas continentais e rios”, frisa o Ministério das Pescas. Nessa altura, o sector de aquacultura empregava 1457 trabalhadores.

Entretanto, o Plano Director das Pescas 2012/2017 prevê a expansão da produção nacional de tilápia, a promoção da aquacultura de pequena escala, o estabelecimento de um plano de controlo e prevenção de doenças e ainda o incentivo a mais instituições de microfinanças de modo a financiarem zonas com maior potencialidade para o desenvolvimento das pescas no país. Digam se isso não é uma xiconhoquice!

2. Uma xiconhoquice na qual os pais são cúmplices:

A notícia vem de Nampula, mas a situação ocorre um pouco por todo o país. Nos grandes centros urbanos, como Maputo, a razão do fraco índice de ingresso de miúdos no ensino deve-se ao registo tardio de crianças. No coração de Moçambique, a razão é outra: agricultura, garimpo e pastorícia.

Efectivamente, o sector da Educação do distrito de Murrupula, na província de Nampula, norte de Moçambique, está preocupado com o abandono de aulas por parte dos alunos para se dedicarem à extracção do ouro e de pedras preciosas no Posto Administrativo de Quinga e no distrito de Gilé, nas províncias de Nampula e Zambézia, esta última localizada no centro do país.

A preocupação foi manifestada pelo director distrital da Educação Juventude e Tecnologia do distrito de Murrupula, Alfredo Salimo, para quem, além daquele fenómeno, há igualmente o problema de casamentos prematuros e o envolvimento dos jovens em actividades de pastorícia, o que, em 2012, afectou negativamente o aproveitamento pedagógico dos alunos.

“Aos 13 e 16 anos de idade, as raparigas têm sido levadas por alguns rapazes para outras zonas à procura de melhores condições de vida, abandonando, assim, a escola. Outras têm sido vítimas de violações sexuais. Os pais também levam consigo os seus filhos para os locais onde praticam actividades agrícolas no período lectivo”, disse Alfredo Salimo.

Entretanto, neste momento está a decorrer um trabalho que envolve os líderes comunitários de modo a sensibilizar os pais e encarregados de educação a mobilizarem os filhos para a frequência das aulas escola, uma vez que, segundo Salimo, este problema está a retardar o desenvolvimento do distrito. No ano passado, apenas três alunas da 7ª classe, que estavam em situação de casamento precoce, foram reencaminhadas para o banco da escola.

Refira-se que no ano passado o distrito de Murrupula matriculou nos diferentes subsistemas de ensino pouco mais de 41598 alunos da 1ª a 12ª classe. No tocante à alfabetização, o distrito matriculou 5352 alfabetizandos, dos 5390 previstos para aquele ano.

3. LAM exploram jovens:

Pensava-se que a escravatura e a exploração do homem pelo homem havia terminado no século XVIII, mas eis que surge uma companhia que se intitula de bandeira nacional a submeter um grupo de jovens a trabalhos sem remuneração e a fazer turnos. Diz-se que é um estágio. Só que já vai um ano que estão a ser usados sem nenhuma direcção clara sobre o seu futuro na empresa.

Que grande xiconhoquice das Linhas Aéreas de Moçambique! Os jovens em causa referem que as condições de trabalho são deveras duras. Porém, mesmo sem receber, são pressionados e tratados, às vezes, de forma desumana.

Alguns jovens pararam de estudar para se dedicarem ao “trabalho”, mas não já começam a ver que foi em vão. Trabalhar um ano sem qualquer tipo de contrato é contra a lei. Tratem lá logo de contratar esse pessoal antes que o MITRAB vos visite.

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