Os nossos leitores elegeram as seguintes xiconhoquices na semana finda:
Angoche às escuras
Xiconhoquices também consistem em fornecer serviços sem qualidade à população, só porque se pretende abranger o país todo. O que aconteceu no município de Angoche, em Nampula, é exemplo disso. Desde quinta-feira (27), os residentes daquela cidade costeira estão privados de energia eléctrica e, em decorrência disso, a àgua não jorra nas torneiras desde sexta-feira (28).
Tudo começou a falhar quando, no âmbito da campanha eleitoral da Frelimo, o governo de Angoche decidiu expandir o fornecimento de corrente eléctrica sem avaliar as consequências. Os prejuízos decorrentes dessa situação aumentam perante a indiferença da Electricidade de Moçambique (EDM) e do Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG). E pior de tudo é que as empresas não dão explicações sobre a origem dos problemas aos seus clientes.
Segundo os citadinos, o problema de Angoche transcende a gestão da EDM desde 2004, na altura em que os postes instalados pela Line Ling começaram a ficar obsoletos. Entretanto, informações em poder do @Verdade indicam que a EDM sobrecarregou a linha de transporte de energia eléctrica com a instalação de um posto de transformação para abastecer as areias pesadas de Sangage, desde o princípio de 2013. Desde 2008, que todos os fins de ano, embora 2013 fora excepção, são passados às escuras.
Militares que usam civis como “escudo” na EN1
Não sabemos se essa estratégia faz parte das exigências vindas do Governo ou então é uma mera Xiconhoquice. É que, segundo rezam as regras militares, todo aquele indivíduo que se integra naquele serviço tem como função principal garantir a segurança e a liberdade do povo, em caso de qualquer situação de combate militar. Mas o que se verificou neste sábado (06) foi ao contrário do que se deve imaginar.
Na sequência de mais um ataque à coluna de viaturas civis, que resultou em dois soldados mortos e outros feridos, ao invés de se proteger as pessoas, os militares usaram os civis como escudos pois, segundo várias testemunhas, os homens armados, alegadamente da Renamo, não disparam contra os cidadãos indefesos.
Algumas pessoas afirmaram que foi evidente a falta de preparação por parte dos militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e também a falta de meios de combate. A viagem, que para vários cidadãos já decorria mal, pois foram obrigados a passar a noite em condições precárias na véspera, ficou pior. Quando se aproximavam da região de Zove, uma rajada de metralhadora atingiu o veículo militar, tendo este se despistado e capotado na berma da estrada.
Eleição no conselho que devia ser nacional da Juventude
Na semana passada, quase todos os actos pareciam estar ligados uns aos outros. Era uma sucessão de Xiconhoquices sem precedentes. Só que, desta vez, a organização que congrega jovens simpatizantes, e membros, do partido Frelimo, elegeu Manuel Formiga, proveniente daquela agremiação, como novo presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ), num acto em que ele concorria sozinho, e as ligas juvenis da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não participam no encontro, tal como prometeram, supostamente porque não concordam com certos aspectos relacionados com a instrução do processo que culminou com a escolha de Formiga, que à partida o consideram ilegítimo. A Xiconhoquice teve lugar no sábado passado (07), durante a VI Assembleia Geral do CNJ, que decorreu na província de Tete.
Os jovens da Renamo garantiram nas vésperas do encontro do CNJ que não iriam participar na referida reunião porque não foram, em nenhum momento, consultados durante a preparação da assembleia e não receberam um convite formal dos organizadores. Por sua vez, os do MDM alegam que o CNJ se desviou dos seus reais objectivos transformando-se numa célula do partido Frelimo. O Conselho Nacional da Juventude augura-se representante e defensor dos interesses das associações e organizações juvenis de Moçambique. Contudo, as suas iniciativas confundem-se com as actividades da organização da juventude do partido no poder, a Frelimo.