Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Água turva em Maputo e Matola
O descaso dos dirigentes deste país relativamente ao bem-estar da população é deveras gritante. Alguns bairros das cidades de Maputo e da Matola estão a consumir água turva há mais de uma semana, alegadamente porque a empresa Águas da Região de Maputo está a realizar trabalhos que visam garantir que o precioso líquido chegue aos consumidores com qualidade desejável. Até aqui tudo bem, pois todos queremos água 24 horas por dia e com qualidade.
Entretanto, aumentam os casos de doenças potencialmente causadas pela falta de qualidade da água, como são os casos de diarreias agudas e cólera, ante o silêncio das entidades responsáveis pelo fornecimento de água potável. No distrito de Boane, a água do rio Umbelúzi, à qual a população de algumas localidades recorre para o consumo, está igualmente turva em resultado das inundações. Na verdade, enquanto os trabalhos não terminam, o sacrificado povo é obrigado a beber água imprópria. Certamente, os responsáveis da empresa e quejando devem estar todos eles a importar água mineral.
Transferência da Procuradora Ivânia Mussagy
A procuradora Ivânia Mussagy foi transferida de Moatize por ter mandado deter o presidente daquele município, Carlos Portimão, que se deslocou ao gabinete daquela magistrada do Ministério Público em Moatize para tentar “negociar” a soltura de um sobrinho seu que se encontra detido na cadeia distrital. Ao tentar convencer a magistrada a soltar o seu sobrinho, o candidato do partido Frelimo desembolsou cinco mil meticais para subornar a procuradora. Ivania Mussagy recebeu o valor e, acto contínuo, chamou os agentes da Polícia a quem instruiu que o prendessem, tratando-se de flagrante delito. Na verdade, o pecado da procuradora foi agir dentro da lei num país governado por abutres.
Blindados das Nações Unidas
Os carros blindados das Nações Unidas que foram vistos a circular na cidade de Maputo geraram, por parte dos cidadãos, diversas interpretações tendo em conta a tensão político- militar que se vive no país, com destaque para a província de Sofala, no distrito de Cheringoma e concretamente na vila de Inhaminga, onde as Forças de Defesa e Segurança e os homens armados da Renamo continuam a confrontar-se.
O porta-voz e chefe do Gabinete de Imprensa do Ministério da Defesa, Benjamim Chaduala, disse que os blindados pertencentes à Organização das Nações Unidas e que foram vistos nas primeiras horas da última terça-feira na cidade e província de Maputo estavam apenas de passagem pelo território moçambicano, não sendo verdade que os mesmos tenham sido enviados para cumprir alguma missão no país. Ele afirmou ainda que os veículos provinham da África do Sul, embora não tenha revelado o destino.
Curiosamente, o comandante geral da Polícia da República de Moçambique, Jorge Khalau, diz que os carros blindados pertencentes às Nações Unidas estão apreendidos pelas autoridades. Que hilariante!