Os nossos leitores elegeram as seguintes Xiconhoquices na semana finda:
Acções militares disfarçadas
Nos últimos dias, tem-se registado acções militares perpetradas pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), disfarçadas de Polícia da República de Moçambique (PRM), contra os membros do partido Renamo. Violando os princípios para qual foi constituída, as Forças de Defesa e Segurança têm estado a protagonizar ataques e sequestros aos membros do segunda maior força política do país. Não deixa de ser um acto repugnante e revoltante a atitude das FADM cuja responsabilidade é defender a Nação moçambicana e garantir a paz. Mas o que se tem assistido é sucessivos sequestros perpetrados por aquela força, fazendo-se passar de agentes da PRM. Além disso, tem havido confrontos entre militares e homens da Renamo. A título de exemplo, as autoridades da província da Zambézia admitiram que, na madrugada de quinta-feira, 28 de Janeiro, houve confrontos militares na região de Nzero, distrito de Morrumbala, entre forças militares do Governo e da Renamo.
Incumprimento da Lei da Probidade
O incumprimento da Lei da Probidade Pública prossegue em lume brando, perante o olhar cúmplice da Procuradoria da República de Moçambique. É, sem dúvidas, uma situação que devia corar-nos de vergonha, sobretudo a quem de direito. Não se deve permitir que, apesar de existir a lei, se continue a ignorá-la. Segundo o relatório do Centro de Integridade Pública, três anos após a entrada em vigor da lei, o processo referente ao depósito da declaração de bens não está ainda a ser efectivo, sendo ca racterizado por ilegalidades, desorganização, incongruências e falta de seriedade, o que o torna ainda ineficaz. Na verdade, neste país deve se esperar de tudo, até porque que cumpre as leis é o zé-povinho, enquanto os dirigentes vão assombiando para os lados. Como sempre, o problema nesta Pérola do Índíco não é falta de lei, mas sim a sua implementação. E por quê foi criada e aprovada a Lei de Probidade Pública sabendo que não tinham nenhuma intenção de cumpri-lá? Quanta Xiconhoquice!
Tráfico de albinos
Não há dúvidas que jaz uma negligência e indiferença mórbida em relação ao tráfico de seres humanos, em particular de pessoas com albinismo, que, nos últimos tempos, tem vindo a tirar o sossego de centenas de moçambicanos espalhados pelo país. Ou seja, o combate ao tráfico não está a ser levado a sério pelo Governo, para além de este não cumprir cabalmente a sua tarefa de criar meios para fazer face à situação, que só pode ser estancada se houver vontade por parte dos dirigentes e colaboração do povo. Este é um problema que tende a piorar e as autoridades competentes mostram-se incapazes de travar o crime. Aliás, até então não se viu uma acção sequer da parte do Governo com vista a pôr cobro ao recrudescimento dessa prática que ganhou notoriedade na província de Nampula. Como moçambicanos, acima de tudo seres humanos, os albinos também merecem a preocupação e protecção do Governo.