A Wells Fargo anunciou na segunda-feira que chegou a um acordo para devolver os 25 bilhões de dólares que recebeu do governo dos Estados Unidos no ano passado, no auge da crise financeira.
O governo havia concedido o dinheiro como parte do programa de socorro chamado TARP, que visava a evitar o colapso do sistema financeiro. “Estamos prontos para devolver totalmente o TARP, de modo que sirva aos interesses do contribuinte americano, dos nossos clientes e dos investidores”, disse o presidente executivo da Wells Fargo, John Stumpf. Este reembolso ocorrerá após a Wells Fargo colocar no mercado 10,4 bilhões de dólares de novas acções ordinárias do banco.
“O TARP estabilizou o sistema financeiro do nosso país quando a confiança nos mercados financeiros em todo o mundo estava sendo testada como nunca na história”, destacou Stumpf. “Seu sucesso também gerou retorno financeiro aos contribuintes, incluindo os 1,4 bilhão de dólares em dividendos pagos ao Tesouro dos Estados Unidos”. O Citigroup, também socorrido pelo TARP, anunciou hoje a devolução de 20 bilhões de dólares da ajuda recebida do Estado. A operação, acertada com o departamento americano do Tesouro, prevê a venda de 20,5 bilhões de dólares em ações e outros títulos do Citigroup, e permitirá ao grupo recuperar sua independência.
Entre Outubro de 2008 e Janeiro de 2009 o banco foi socorrido pelo Tesouro americano, que injectou na instituição 45 bilhões de dólares. Na operação para socorrer o Citigroup, o governo americano adquiriu 34% do capital do banco e a capacidade de interferir em sua administração. O presidente Barack Obama recebeu na segunda-feira dirigentes de grandes instituições financeiras americanas para pedir que facilitem o acesso ao crédito a particulares e a empresas, como forma de relançar a atividade económica e o emprego.
“Os bancos dos Estados Unidos receberam assistência extraordinária da parte dos contribuintes americanos para reconstruir sua atividade e, agora que estão outra vez de pé, esperamos deles um compromisso excepcional de reconstrução da economia”, explicou. Durante o encontro foi “discutida a retomada econômica, a concessão de empréstimos às pequenas empresas, melhores práticas de crédito para particulares e projetos da administração para uma reforma financeira”.