A Bolsa de Nova York registrou esta terça-feira sua maior queda em três meses, diante do medo dos investidores de que a crise orçamentária que afeta a Grécia propague-se a outros países da zona do euro. O Dow Jones perdeu 2,02% e o Nasdaq, 2,98%. “É um dia difícil”, afirmou Lindsey Piegza, da FTN Financial.
“Isso se explica em grande parte pela gravidade dos problemas que afetam a Europa: não somente será necessário ajudar a Grécia, mas essas dificuldades afetarão também Portugal e Espanha”, disse. “É muito inquietante, muito perturbador para o mercado.” Segundo dados definitivos de fechamento, o Dow Jones Industrial Average perdeu 225,06 pontos, para 10.926,77 pontos, e o Nasdaq, de alto componente tecnológico, caiu 74,49 pontos, para 2.424,25 pontos. O índice ampliado Standard & Poor’s 500 caiu 2,38% (28,66 pontos) para 1.173,60 pontos.
O principal índice de Wall Street não registrava uma queda tão forte desde o início de fevereiro. Volta agora a seu nível mais baixo em cerca de um mês. Entre os 30 papéis que compõem o principal índice de Wall Street, 27 caíram, em particular os mais sensíveis às conjunturas econômicas: indústria, tecnologia e finanças. “O que afeta o mercado é claramente os temores sobre a Europa”, comentou Hugh Johnson, da Johnson Illington Advisors.
“Os dados econômicos (nos EUA) são bons, os resultados das empresas são bons, mas esse não é o problema. O problema é a Grécia”. Milhares de pessoas participaram de protestos no centro de Atenas nesta terça-feira a pedido dos sindicatos, nas vésperas de uma greve geral que deverá paralisar o país. “A situação está fugindo do controle”, completou Johnson.
“E os investidores temem que os problemas da Grécia afetem também Portugal, Espanha e Irlanda. Isso afetará a economia europeia e, como consequência, as empresas americanas que têm negócios na Europa”. O mercado obrigatório subiu.
O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos caiu para 3,613% contra 3,705% na noite de segunda-feira, e os títulos de 30 anos foram para 4,439% contra 4,546%. O rendimento dos títulos evolui no sentido oposto a seus preços.