As duplas Guilhermina Cossa (Guigui)/Amélia Cumbe e Délcio Soares/Justino Tovela, em femininos e masculinos respectivamente, são os moçambicanos que vão disputar nos 10º Jogos Africanos os lugares de pódio em vólei de praia. As perspectivas são muito boas.
Estes atletas têm vencido regularmente diversas provas em que tem participado a nível da África Austral. No fim-de- -semana passado Guilhermina e Amélia conquistaram ouro para Moçambique no Campeonato Africano da Região Austral disputado nas areia da Miramar, na cidade do Maputo, e a dupla masculina alcançou a prata e garantiram, ambas as duplas, apuramento para a fase final de qualificação para os Jogos Olímpicos que em 2012 vão acontecer em Londres, Reino Unido – a fase final decorrerá em Outubro.
Outro factor que poderá beneficiar as aspirações do vólei nacional é que esta modalidade vai estar em competição nos Jogos Africanos pela primeira vez e poucos países africanos têm tradição no vólei de praia. Os principais adversários de Moçambique ao pódio deverão ser Angola, Egipto, África do Sul, Maurícias, Quénia e Ruanda.
Depois de um primeiro estágio em terras lusas, as duplas moçambicanas estão de malas aviadas de regresso a Portugal onde irão cumprir a parte final, e mais intensiva, da preparação para a conquista de medalhas em Setembro, na capital moçambicana.
Vólei longe da praia
Cerca de uma centena moçambicanos pratica de vólei de praia. Maputo, Pemba e Chimoio são as províncias com competição regular.
Na capital do país as areias da Miramar são o palco que todos os fins-de-semana recebem jogos. Porém a tradição vai ser alterada durante os Jogos e o vólei de praia deverá ser disputado no campo de futebol de praia do Costa do Sol.
Infelizmente quem decidiu pela realização dos Jogos neste local esqueceu-se que se o vólei fosse disputado na Miramar, obviamente com os melhoramentos em termos de infra-estrutura necessárias, o potencial de vender o belo Moçambique seria bem maior.
Esta é uma zona de lazer de muitos maputenses e de turistas, tem alguns locais de lazer, hotéis e de restauração que poderiam acolher os turistas que se aguardam e deixá-los com vontade de voltar. Os moçambicanos ganhavam com a melhoria de uma zona cada vez mais ameaçada pela erosão e lixo.
Por seu lado, o campo do Costa do Sol, que até tem iluminação artificial, já viveu melhores dias. As bancadas metálicas estão enferrujadas e o capim vai crescendo dentro da quadra. As zonas de lazer e restauração não existem com qualidade nas proximidades e o acesso ao local não é fácil.
As obras de reabilitação do recinto deveriam ter começado em Agosto de 2010 mas até hoje nenhum melhoramento foi efectuado. O Comité Organizador dos Jogos (COJA) afirma que as obras estão envoltas num imbróglio que tem a ver com a propriedade do recinto. Depois de melhorado quem vai tirar proveito deste campo?
A pouco mais de 40 dias dos Jogos começarem a preocupação do COJA não parece ser muita, afinal existem tantos outros aspectos organizativos atrasados, e Moçambique sempre tem 2.770 Km de costa onde, colocando uma rede, deverá dar para se jogar vólei.