O distrito de Vilankulo, província de Inhambane, Sul de Moçambique, perdeu mais de metade dos 50 mil hectares da área cultivada devido a estiagem que afectou várias regiões do país durante a primeira época da presente campanha agrícola.
Segundo o Administrador daquele distrito, José Mabureza, a situação é mais grave nas localidades de Muapsa, Mapinhane e Belane, onde reside a maioria das cerca de 1.800 famílias que, actualmente, carecem de assistência alimentar. “Estamos um pouco aflitos porque as chuvas não caíram dentro do período habitual e não tivemos resultados positivos na primeira época da campanha agrícola”, disse Mabureza, falando em entrevista a AIM, acrescentando que o milho e amendoim são as culturas mais afectadas.
Por isso, o Governo local, em parceria com a Acção Agrária Alemã, uma organização não governamental, estão a trabalhar no sentido de providenciar ajuda alimentar às populações mais carenciadas. As famílias necessitadas também irão receber sementes para a segunda época da campanha agrícola, prestes a iniciar.
Mabureza manifestou a sua esperança no sucesso da próxima época, pois a experiência dos anos anteriores indica que a queda da chuva tem sido regular na segunda época agrícola, comparativamente a primeira. Durante a sua recente visita aos distritos de Vilankulo, província de Inhambane, e Bilene, Gaza, a Primeira-Dama da República, Maria da Luz Guebuza, instou os camponeses para apostarem na produção de culturas resistentes à seca como forma de minimizar os efeitos da estiagem.
“Temos que apostar nas culturas resistentes a seca, tais como tubérculos, incluindo a batata-doce e a mandioca, por exemplo que, além de serem resistentes à seca, têm um duplo aproveitamento. As suas folhas são ricas em ferro, cálcio e a sua raiz também serve de alimento”, disse ela, falando terça-feira última durante uma cerimónia realizada no Posto Administrativo de Pambarra, distrito de Vilankulo. Em Bilene, no Posto Administrativo de Messano, a esposa do Presidente moçambicano apelou as populações para não estarem presas ao milho, mas também dedicarem-se também ao cultivo de batatadoce, mandioca e fruteiras.
Por outro lado, ela aconselhou os camponeses a cultivarem junto as zonas ribeirinhas, que são menos dependentes das chuvas. “A província de Gaza é rica em pastos. Temos que aproveitar esse pasto, criando gado bovino, caprino e ovino para podermos comer e vender quando for necessário”, acrescentou.