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Via Láctea muito mais rápida

Apertem os cintos de segurança: a nossa galáxia gira muito mais rapidamente, é mais massiva e está em risco de colidir com outras muito mais do que se suponha até agora. Se a velocidade aumenta, como ficou agora comprovado, isso quer dizer que aumenta também a massa, neste caso nada mais, nada menos do que 50%. Assim, de acordo com os novos dados, a Via Láctea é 1,5 vezes mais massiva do que se estimava, o que a coloca numa situação de igualdade com a Andrómeda, uma galáxia que lhe está próxima e que era até agora considerada muito maior. O facto de ser mais massiva torna o esticão de gravidade muito superior, por isso existe um risco maior de colisão no futuro com as outras galáxias que lhes estão próximas,

Andrómeda incluída. As últimas medidas astronómicas, de grande precisão, indicam que o sistema solar em que nos encontramos está a uns 28 mil anos-luz do centro da Via Láctea, girando em redor do buraco negro central a uma velocidade de uns 960.000 quilómetros por hora, uma velocidade superior, em 160.000 por hora, à anteriormente calculada. Os astrónomos crêem agora que a Via Láctea possua quatro braços em espiral, onde se formam novas estrelas, em vezes dos dois conhecidos até agora. As novas medidas formam parte de um programa de observação de longo prazo com a bateria de radiotelescópios VLBA da Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos, tendo sido recentemente apresentadas na reunião anual da Associação Americana de Astronomia na Califórnia. A mesma equipa apresentou também as primeiras observações de estrelas recém-nascidas situadas tão perto do buraco central que os astrónomos não encontram explicação para o fenómeno. Com uma massa quatro vezes superior à do Sol, o buraco negro provoca em seu redor violentas marés gravitacionais que, em teoria, seriam suficientes para impedir que se produzissem as condições necessárias à formação de estrelas.

Protoestrelas

As imagens, obtidas igualmente com radiotelescópios, de duas protoestrelas a menos de 10 anos-luz do centro galáctico, indicam que o gás molecular nessa zona deve ser mais denso do que se acreditava, por forma à sua gravidade superar a atracção do buraco negro. “Todavia, não compreendemos bem o ambiente existente no centro galáctico”, explicou Elizabeth Humphreys, uma das investigadoras que dirigiu o trabalho. “Mediante a combinação das nossas observações com trabalhos teóricos esperamos ficar a conhecê-lo melhor, servindo-nos de modelo para extrapolarmos a galáxias distantes.”

Como contribuição para um melhor conhecimento do centro da Via Láctea, o telescópio Hubble permitiu construir uma nova e espectacular imagem composta, em infra-vermelho, a partir de mais de 2 mil observações realizadas ao longo de quase cinco meses durante o ano passado. Na imagem, que se apresentou no início do mês na Califórnia, pode observar-se com muito mais detalhe as estruturas existentes nessa região violenta, em que se observam populações de estrelas massivas até agora desconhecidas e bem mais dispersas que os três grupos conhecidos de estrelas massivas. Também, o gás ionizado que rodeia o buraco central, uma região de 300 anos-luz de diâmetro, tem o aspecto de uma espiral brilhante. À luz é visível as nuvens de gás e de poeira que impedem a observação do centro da Via Láctea, mas o mesmo já não sucede com a classe do infra-vermelho.

 

A Via Láctea é a galáxia onde está localizado o Sistema Solar da Terra. É uma estrutura constituída por cerca de duzentos bilhões de estrelas (algumas estimativas colocam esse número no dobro, em torno de quatrocentos bilhões) e tem uma massa de cerca de um trilhão e 750 bilhões de massas solares. Sua idade está calculada entre treze bilhões e 800 milhões de anos, embora alguns autores afirmem estar na faixa de quatorze bilhões de anos.

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