O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, expôs as tensões da coligação em relação à Europa no domingo, quando disse que o resultado da cúpula da União Europeia (UE), que terminou com um veto do primeiro-ministro David Cameron, foi “extremamente decepcionante” e “mau para a Grã-Bretanha”.
Clegg, que lidera o partido Liberal Democrata pró-europeu, negou que a coligação liderada pelos conservadores, que assumiu o poder em maio de 2011 com um programa de cortes orçamentários, poderia desmoronar agora. “Seria ainda mais prejudicial para nós como país, se o governo de coligação ruísse agora. Isso criaria um desastre econômico para o país em um momento de grande incerteza econômica”, disse Clegg, líder do partido Liberal Democrata.
Clegg acusou os membros do partido Conservador que estão pressionando Cameron a seguir, após seu veto à mudança do tratado da UE, com um referendo sobre a saída da Grã-Bretanha do bloco de 27 países. “Uma Grã-Bretanha que deixa a UE será considerada irrelevante por Washington e seria considerada um pigmeu no mundo, quando eu quero que continuemos de pé, e liderando no mundo,” disse Clegg à rede de TV BBC.
Na sexta-feira, a Grã-Bretanha decidiu não fazer parte de um plano para seguir em frente com um novo tratado da UE com um regime de déficit e dívida mais duro, para evitar a repetição da crise da dívida no futuro.
Cameron disse que o acordo proposto pode expor a indústria de serviços financeiros de Londres à uma regulamentação indesejável da União Europeia. “Estou muito decepcionado com o resultado da cúpula da semana passada, exatamente porque acho que agora existe o perigo de que a Grã-Bretanha seja isolada e marginalizada dentro da UE”, disse Clegg.