Aquele ar sacerdotal com que o Presidente da República, Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, se dirige aos moçambicanos já não engana a ninguém. É notório o cinismo e, sobretudo, a falta de seriedade do Chefe de Estado em relação aos assuntos que interessam e preocupam, de facto, a Nação moçambicana. Todos os dias, chegam-nos notícias segundo as quais dezenas de moçambicanos são mortos e outras milhares abandonam o país em busca de refúgio nos país vizinhos, devido aos confrontos que o Sr. Nyusi, por pura arrogância, não tem vontade nenhuma de pôr término.
Há dias, com uma postura misógina, o Chefe de Estado, usando os pés de microfones que formam a Comunicação Social deste país, veio a público emitir sucessivos esgares. A primeira verborreia que saiu da boca do nosso digníssimo empregado foi dizer ao mundo inteiro que não consegue dialogar com a Renamo porque não sabe com quem dialogar dada a sua desorganização. Ora essa! Só hoje o PR deu-se conta de que não sabe com quem dialogar depois do encontro que manteve com o líder da Renamo no ano passado em Maputo? Além disso, todos nós vimos Afonso Dhlakama a ser literalmente “empurrado” para as matas pelo Governo da Frelimo, dirigido pelo Sr. Nyusi, quando ele preparava-se para seguir a Maputo para o tão aguardado diálogo. Mesmo estando na parte incerta, Dhakama propôs como mediadores Jacob Zuma e Igreja Católica, porém, o Presidente da República fez ouvidos de mercador.
Como se não bastasse a sua apatia e, diga-se em abono da verdade, falta de escrúpulos, o PR, num acto insultuoso ao sofrido povo moçambicano, veio a terreiro questionar a autenticidade dos refugiados moçambicanos no Malawi, afirmando que podem ser emigrantes que vão lá comercializar produtos agrícolas. Quanta estupidez, Sr. Presidente? Por quê não abandona o conforto da sua poltrona na Ponta Vermelha e vá ver de perto?
Na verdade, o Presidente Nyusi, desde que assumiu o poder, anda indiferente, fazendo-se passar por mudo, surdo e cego diante desse conflito armado que tem tirado o sossego dos moçambicanos há mais de três anos.
Portanto, é bom que se diga: não temos um Presidente da República, temos um palrador venal e banal que conduz o destino deste pobre povo que teve a infelicidade que confiar a ele e os seus títeres o poder!