Apesar de a contagem dos votos das eleições gerais e provinciais realizadas na última quarta-feira em Moçambique ainda estar em curso, já existem vários partidos da oposição que reconhecem a sua derrota pois acreditam na existência de um claro vencedor, no caso vertente a Frelimo e o seu candidato presidencial, Armando Emílio Guebuza.
A AIM contactou alguns líderes da oposição, tendo todos dito que já não tem ilusões da sua derrota, pois está mais do que claro que a Frelimo e Guebuza serão os vencedores definitivos. Aliás, essa é a indicação clara da contagem parcial que tem estado a ser veiculada pelos repórteres dos órgãos de informação, especialmente pela Rádio Moçambique (RM) e da Televisão de Moçambique (TVM) posicionados nas várias assembleias de voto espalhados pelo pais.
Ente os líderes que já admitem a sua derrota ou dos seus partidos a favor da Frelimo e de Guebuza, conta-se Miguel Mabote do Partido Trabalhista, João Massango, dos Ecologistas e Yakub Sibindy do PIMO, embora este ultimo tenha sido excluído do processo durante a fase de apresentação de candidaturas. Para Mabote, este resultado vem provar, mais uma vez, que a Frelimo e a sua liderança continuam sendo a preferência da maioria dos moçambicanos, e que a introdução do multipartidarismo foi apenas um mecanismo ou estratégia para acabar com a guerra que era movida pela Renamo contra a vontade desse mesmo povo, que agora voltou a apostar nela e no seu candidato.
“Como vínhamos dizendo, o multipartidarismo foi imposto em Moçambique. A Frelimo e o povo limitaramse a aceitar porque queriam o fim da guerra que causava o sofrimento e luto no país. Vários partidos da oposição — (Cont.) Agora, que esse conflito acabou e as suas feridas já cicatrizaram, o povo volta a provar nas urnas que nunca esteve contra a Frelimo e que se identifica com a sua agenda que visa opor fim a pobreza, tão como se identificou com a luta contra o colonialismo que foi também liderada pela mesma Frelimo”, disse Mabota, antes de vincar que para ele, a Frelimo e o seu candidato estão de parabéns porque o povo apostou neles.
Esta visão de Mabota é a mesma de Sibindy, dado que ele também diz que quando a Frelimo e os moçambicanos aceitaram a introdução do multipartidarismo, era apenas para acalmarem os que lhes moviam a guerra e provar-lhes nas urnas que os protagonistas desse conflito não eram os mais queridos ou amados pelos moçambicanos. Disse que isto fica claro com as sucessivas derrotas que a oposição vem somando de eleições em eleições, e que “se esta quer ser ganhar a simpatia do povo e, mais do que isso, se ainda quer ser útil a este, então deve apoiar a agenda da Frelimo”.
Também Massango deixou claro que pela tendência da contagem, não tem a mínima dúvida de que o maior vencedor destas eleições e’ inevitavelmente a Frelimo e o seu candidato, e que se a oposição quer ser bem vista pelo eleitorado, deve-se antecipar e reconhecer a sua derrota em vez de esperar que lhe seja dito pelos órgãos eleitorais.
Ele vincou que não existem razões para desconfiar os resultados que os órgãos de comunicação têm estado a divulgar porque não são parte do jogo político, pois o seu único interesse é revelar quem está a ganhar ou a perder. De um modo geral, a maioria dos partidos moçambicanos já reconhece a inevitabilidade da sua derrota e a reedição da vitória da Frelimo e do seu líder nestas eleições de 2009 em Moçambique.