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Valentina Guebuza queixava-se aos padrinhos dos maus-tratos do esposo

Os padrinhos de casamento e baptismo de Valentina Guebuza, filha do antigo Chefe do Estado, Armando Guebuza, disseram ao tribunal que a afilhada era molestada, maltratada, acusada de ter amantes pelo esposo Zófimo Muiuane, agora no banco dos réus, acusado de assassinato, na noite de 14 de Dezembro de 2016. Eles sabiam, através da própria vítima, que o casal estava em rota de colisão mas não lhes ocorreu que se tratava de assunto que podia acabar em morte. Por isso, no dia em que tiveram o último encontro, o conselho foi de que o casal devia pautar pelo diálogo, tolerância e ponderação, o que não aconteceu.

Amosse Zitha declarou que, durante a reunião mantida em casa da Valentina, horas antes do seu assassinato naquela data, Zófimo Muiuane não mediu esforços nem se coibiu de proferir impropérios, em bom tom, contra a mulher em frente dos padrinhos. “Levantou a voz e disse: burra, estúpida, ignorante, e maluca (…)”.

“Eu fiquei indignado e sem palavras”, disse Amosse Zitha, explicando que, na ocasião, Valentina afirmou que quando o casal estivesse sozinho o réu fazia coisa pior e mesmo as mensagens que circulavam nas redes sociais eram da autoria de Zófimo. Este desmentiu sublinhando que iria provar à esposa quem era o autor da referida matéria.

Armando Pedro Muiuane Júnior, irmão mais velho e padrinho de Zófimo, não estava presente no referido encontro, mas Valentina justificou que os compadres dos seus padrinhos “não podiam estar no encontro porque a esposa era fofoqueira”, disse Zitha.

Entretanto, Armando Muiuane Júnior não escondeu a sua repulsa em relação ao facto de os padrinhos terem deixado o casal num ambiente turbulento.

Ele disse que no caso de Amosse Zitha, não se explica que, sendo pastor, tenha também abandonado o casal em meio a uma brigaa, mesmo sabendo que a sua função como homem de Deus é apaziguar as almas.

Por sua vez, Rosa Chongo contou que a finada revelou em Novembro de 2016, numa reunião em casa da família Guebuza, que passava maus bocados nas mãos do marido.

Perante os padrinhos, a vítima acusou o cônjuge de perseguição até quando ia trabalhar e desconfiava que tinha colocado alguém para vigiar os seus passos com a intenção de mais tarde dar-lhe informações sobre tudo o que ela fazia fora de casa, incluindo sobre os lugares que frequentava e as pessoas com as quais mantinha contacto. De acordo com Rosa Chongo, a sua afilhada era constantemente confrontadas com palavras segundo as quais não ia trabalhar, mas sim, amantizar. Zófimo desconfiava inclusive do sobrinho que trabalhava com a vítima.

Num belo dia, marcou-se um encontrou com o qual mas não se concretizou porque Valentina tinha uma viagem à China. Dias depois “circulou uma mensagem” nas redes sociais “a dizer que os padrinhos eram velhos, por isso, não conseguiam resolver os problemas do casal”, disse a madrinha.

A referida reunião antecedeu a do fatídico dia 14 de Dezembro. “Zófimo disse que não esperava receber a família Zitha na sua casa”.

Após esse encontro, Valentina tinha se comprometido em, na reunião seguinte, contar aos pais tudo o que passava no seu casamento, bem como a suposta falta de consideração de Zófimo em relação aos sogros.

Feliciano Gundana também reportou ao tribunal que o réu exigia que a ajudante de campo da Valentina desse sempre informações sobre os passos da esposa.

Segundo ele, quando a malograda exigiu que Zófimo saísse de casa e, por via disso, o casal se separasse por um tempo, até que o problema que lhes opunha ficasse resolvido, o acusado alegou que não tinha onde ir, uma vez que o seu apartamento estava arrendado. Disse ainda que Valentina sabia das condições que em que os dois passaram a viver juntos.

“Isso irritou muito ao Zófimo e proferiu palavras obscenas tais como burra e estúpida. A reunião estava a tornar-se difícil (…)”, tendo o arguido ficado emocionalmente alterado. “Nós não podíamos fazer mais nada porque havia informações de que Zófimo já tinha faltado respeito aos sogros”.

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