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Universidade católica gradua 176 estudantes

A Universidade Católica de Moçambique (USTM), uma das instituições privadas de ensino superior em Moçambique, graduou, no domingo, em Maputo, um total de 176 estudantes, numa cerimónia dirigida pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza.

Trata-se do primeiro grupo de estudantes graduados por esta instituição, com o grau de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, Gestão, Filosofia, Ciências Tecnológicas e Sistemas de Informação. Falando na ocasião, o estadista moçambicano enalteceu a importância do ensino superior na agenda nacional de luta contra a pobreza, considerando a sua contribuição para induzir a criatividade, inovação e a produtividade.

É neste contexto que defendemos que o graduado moçambicano deve identificar-se com a nossa realidade social, cultural e económica e fazer uso do conhecimento de que se apropriou ao longo da sua formação, para alterar a sua própria vida”, disse. “Identificando-se com a sociedade moçambicana e munido desse conhecimento, coloca-se em melhores condições para levar outros compatriotas nossos a adoptarem as suas metodologias, técnicas e tecnologias para a resolução dos problemas básicos com que se debatem no dia-a-dia”, acrescentou.

Na sua intervenção, Guebuza disse que o ensino superior em Moçambique tem vindo a expandir nos últimos anos, tendo passado de oito instituições de ensino daquele nível em 2004 para 38 em 2010. Segundo Guebuza, graças a estes avanços, muitos moçambicanos já não precisam de sair das suas províncias para frequentar o ensino superior noutro ponto do país (particularmente na capital do país), havendo outros que estudam nos seus próprios distritos ou nos seus Postos Administrativos.

Mas mesmo assim, ainda é reduzido o número de moçambicanos com acesso ao ensino superior. Dados estatísticos indicam que dos cerca de 20 milhões de moçambicanos, apenas 75 mil frequentam o ensino superior, o que representa uma taxa bruta de participação de 1,9 por cento, contra a média africana de 5,4 por cento. Assim, o desafio do Governo é continuar a expandir o ensino superior, mas acompanhando essa expansão com a melhoria da qualidade do ensino. É neste contexto que se enquadra a importância a importância da implementação do Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de Créditos e o Quadro Nacional de Qualificações Académicas do Ensino Superior como instrumentos destinados a melhorar a expansão e a qualidade deste nível de ensino.

Actualmente, o Governo suspendeu o licenciamento de instituições do ensino superior para regulamentar a Lei do Ensino Superior, criada no ano passado, que, dentre vários aspectos, visa promover a expansão e melhoria da qualidade do ensino superior. Na sua intervenção nesta cerimónia, o representante dos estudantes graduados, Hélio Tiago, disse que eles assumem o compromisso com a sociedade de servir o país, de Norte a Sul e de Este a Oeste, com o objectivo nobre de lutar para redução e erradicação da pobreza. “Nós assumimos o nosso compromisso com a sociedade no geral de servir o nosso Moçambique, de Rovuma ao Maputo e do Índico ao Zumbo, contribuindo para o combate e erradicação da pobreza, bem como por uma nação justa e livre da corrupção”, disse Tiago.

A USTM foi fundada há cinco anos, sob a égide de Dom Alexandre Maria dos Santos, antigo cardeal de Maputo e membro do Conselho do Estado (um órgão de consulta ao Chefe do Estado). Intervindo na ocasião, Alexandre disse que a universidade continua a enfrentar dificuldades, porque o dinheiro das propinas pago pelos estudantes não chega para cobrir todas as despesas e ambições da instituição. Para minimizar esta situação, o antigo cardeal pediu ao Governo para que apoie as universidades privadas, criando facilidades fiscais, atribuindo bolsas de estudos para os estudantes e concedendo talhões para permitir a sua expansão.

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