Mais de um milhão de crianças na região africana do Sahel correm risco de grave desnutrição e uma ação urgente é necessária para evitar uma fome como a da Somália, advertiu o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) esta sexta-feira.
A agência pediu 67 milhões de dólares para oito países na região onde afirmou que a instabilidade, alimentada pelo crescimento das atividades da Al Qaeda e do Boko Haram, compunha as necessidades humanitárias. Os países afetados são Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia, Níger e a região norte de Camarões, Nigéria e Senegal.
“No Sahel estamos a enfrentar uma crise de nutrição de uma magnitude maior do que o comum, com mais de um milhão de crianças correndo o risco de uma subnutrição grave e aguda”, disse a vice-diretora executiva do Unicef, Rima Salah.
“Os países do Sahel, por exemplo, se nós não atendermos as suas necessidades, vão virar a Somália”, disse. “Precisamos evitar isso antes que se torne um desastre”.
Ela referia-se ao anárquico país no Chifre da África, onde, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 250.000 pessoas ainda vivem em condições de fome devido à seca e ao conflito, e onde 4 milhões precisam de ajuda.
Mais de nove milhões de pessoas em cinco países na região do Sahel da África enfrentam uma crise alimentar neste ano, depois de poucas chuvas, colheitas medíocres, inflação no preço dos alimentos e uma queda nas remessas de dinheiro de imigrantes, disse a agência humanitária Oxfam no mês passado.