UEM), a maior e mais antiga de Moçambique, está a trabalhar na melhoria do seu desempenho como instituição de formação do ensino superior em Moçambique. Neste momento, decorre na UEM uma avaliação referente às graduações, tempo de formação, o regime de precedências, métodos de ensino e aprendizagem, bem como a formação de docentes, entre outras questões que influem no aproveitamento dos estudantes, bem como no desempenho da instituição.
Segundo o director do Gabinete para a Reforma Académica e Integração Regional da UEM, Firmino Mucavele, algumas faculdades daquela instituição de ensino superior melhoraram significativamente o seu desempenho no que concerne ao número de graduados, como é o caso da faculdade de engenharia. Mucavele falava hoje a jornalistas, em Maputo, a margem do workshop de consulta nacional sobre governação e financiamento integrado do ensino superior e ciência e tecnologia.
Sem avançar detalhes, Mucavele explicou que o número de graduados na UEM está a aumentar, uma situação que vai prevalecer devido a algumas medidas que estão a ser introduzidas pela instituição, sobretudo no âmbito da reforma curricular.
“Estamos a registar um encurtamento do tempo de formação porque temos alunos que num curso de quatro anos permanecem sete ou mais anos. Esta situação deriva de vários factores. Podemos destacar as precedências que existem nos primeiros dois anos de alguns cursos o que resulta na acumulação de estudantes no terceiro ano. Temos também o problema dos alunos que concluem as disciplinas curriculares e levam muito tempo na elaboração dos trabalhos de fim de curso”, explicou. “Estamos a analisar as precedências e pretendemos melhorar a situação de tal forma que só será precedência uma disciplina que se mostrar necessária e houver um justificativo científico que a liga à outra”, continuou.
Mucavele sublinhou que várias causas concorrem para a demora na elaboração dos trabalhos de fim de curso, conhecido no seio dos estudantes por teses e dissertações. Segundo a fonte, a primeira razão para esta situação está relacionada com a preguiça que estudantes desenvolvem após a conclusão das disciplinas curriculares, chegando a arrastar a situação por dois ou mais anos. Outra causa tem a ver com a falta de docentes disponíveis para acompanhar o estudante fazendo a supervisão do processo de elaboração do trabalho.
“Os estudantes deviam elaborar o trabalho de fim de curso em seis meses, mas passados anos constata-se que não o fez, por várias razões. Existe um elevado grau de exigência de elaboração dos trabalhos no que refere a metodologia. Temos situações em que depois de finalizar as cadeiras curriculares o estudante já não se dedica à pesquisa porque alguns se encontram já a trabalhar e arrastam o trabalho por dois, três ou mais anos. Noutros casos há falta de docentes disponíveis para a supervisão do trabalho”, esclareceu. “Nós estamos a avaliar estes casos e no processo da reforma académica estamos a tentar ver quais são os problemas que existem na UEM faculdade por faculdade.
Ao mesmo tempo que fazemos a revisão curricular, fazemos a revisão das competências, dos métodos de ensinos e aprendizagem, dos materiais didácticos utilizados e das condições em que os docentes trabalham para poderem ter um bom desempenho”, acrescentou. Os resultados da avaliação do desempenho da UEM, estão previstos para Junho próximo, segundo prometeu Mucavele.