O Eurostat, instituto europeu que controla os dados financeiros de Estados membros da União Europeia (UE), investiga se o banco americano Goldman Sachs ajudou a maquiar a dívida da Grécia, anunciou esta quinta-feira a ministra francesa de Economia.
“O Eurostat investiga o Tesouro grego para verificar exatamente o que foi feito”, declarou Christine Lagarde à rádio pública France Inter. A Grécia atravessa uma grave crise orçamentária que desestabilizou o euro, e viu sua dívida chegar aos 300 bilhões de euros (cerca de 400 bilhões de dólares), quase 113% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo as publicações americanas New York Times e Risk Magazine, e a revista alemã Der Spiegel, o Goldman Sachs permitiu que o Estado grego maquiasse a realidade de sua dívida. “O Eurostat, que é um organismo de controle europeu dos valores oferecidos pelos Estados membros, vai examinar esta questão para determinar como um banco de negócios, neste caso o Goldman Sachs, ajudou a Grécia a estruturar e a adiar um certo número de reembolsos”, explicou Lagarde.
“É necessário saber se houve uma maquiagem de contas e se foi legal ou não no momento em que foi feito”, continuou. Em 2002, seguindo os conselhos do banco, a Grécia pediu emprestado um bilhão de euros utilizando uma manobra financeira complexa, que permitiu que não registrasse a operação em suas contas, segundo a imprensa.
Este artifício permitiu que Atenas não apenas respondesse às exigências do Pacto de Estabilidade da UE, mas também adiasse os prazos de reembolso frente aos seus credores.