A Ucrânia marcou o seu dia de independência no domingo (24) com uma marcha militar em Kiev com a intenção de enviar uma mensagem de desafio à Rússia, mas os rebeldes pró-Rússia também provocaram desfilando tropas ucranianas capturadas pelas ruas.
Os eventos rivais foram uma amostra da divisão que antecede o encontro na próxima terça-feira entre os presidentes russo Vladimir Putin e seu equivalente ucraniano, o primeiro em meses.
As forças ucranianas estão a tentar conter uma rebelião separatista pró-Moscovo no leste do país, e no domingo intensos disparos de artilharia podiam ser ouvidos na região de Donetsk, que é dominada pelos revoltosos.
Na praça da independência em Kiev – cena dos protestos que tiraram do o poder de um presidente apoiado por Moscovo e iniciaram a crise política, o presidente ucraniano Petro Poroshenko inspeccionou colunas de soldados e veículos blindados.
Algumas das tropas na marcha, segundo Poroshenko, estavam a dirigir-se às linhas de frente no leste da Ucrânia. Num discurso desafiador e emocionado, Poroshenko disse que o seu país estava a lutar “uma guerra contra a agressão externa, pela Ucrânia, pela liberdade, pelo seu povo, e pela sua independência”.
A declaração foi dirigida a Moscovo, que segundo Kiev está por trás da rebelião. “Está claro no futuro próximo, infelizmente, que uma ameaça militar constante pairará sobre a Ucrânia. E precisamos de aprender não só a viver com isso, mas também a estarmos preparados para defender a independência do nosso país”.
Poroshenko anunciou que cerca de 3 bilhões seriam gastos para reequipar o exército entre 2015 e 2017. As forças armadas ucranianas são apenas uma fracção do tamanho das forças russas.
Depois de os protestos terem derrubado o líder ucraniano apoiado pelo Kremlin, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia em Março, e partes do leste ucraniano povoadas por russos étnicos rebelaram-se contra Kiev.
Kiev e seus aliados ocidentais dizem que Moscovo respondeu aos avanços das forças governamentais ucranianas abastecendo clandestinamente os rebeldes com soldados e armas no leste do país, uma acusação negada pelo governo russo.