O Twitter foi intimado judicialmente por um tribunal norte-americano a fornecer informações sobre a conta do fundador do WikiLeaks e de outras três pessoas, anunciou sábado a organização, que suspeita que outras empresas receberam pedidos semelhantes.
Num comunicado, o Wiki-Leaks afirma que investigadores norte-americanos visitaram a sede da Twitter Inc., em São Francisco, para pedir mensagens pessoais, contactos e outras informações pessoais de Julian Assange.Além de Assange, o pedido abrange outras três pessoas. A nota divulgada pelo Wiki-Leaks não revela as identidades destas, mas a deputada islandesa Birgitta Jonsdottir, antiga colaboradora da organização, afirmou na sextafeira na sua conta no Twitter que recebeu uma intimação.
“O Governo norte-americano quer conhecer todos os meus ‘twitt’ desde 1 de Novembro de 2009. Terão consciência de que eu sou membro do Parlamento islandês?”, escreveu a deputada.
Segundo a agência norteamericana Associated Press, uma das outras duas pessoas é Bradley Manning, o militar norte-americano suspeito de ter fornecido documentos secretos ao WikiLeaks.
Numa cópia da intimação, datada de 14 de Dezembro e divulgada no ‘site’ Salon.com, lê-se que a informação pedida é “relevante para uma investigação criminal em curso” e ordena-se ao Twitter que não revele a existência da ordem judicial a nenhum dos visados.
O WikiLeaks afirmou no comunicado ter “razões para crer que o Facebook e o Google, entre outros, receberam intimações judiciais semelhantes”.
“O WikiLeaks opõe-se a esta intimação judicial”, lê-se no comunicado, que acrescenta que o documento legal “confirma, pela primeira vez”, a “existência de um inquérito secreto por espionagem de um grande júri norte-americano”.
O WikiLeaks, um site especializado na divulgação de documentos confidenciais, começou a 29 de Novembro de 2010 a divulgar 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos, o que suscitou duras críticas das autoridades norte-americanas e a promessa de ações legais contra o seu fundador.
Julian Assange está no Reino Unido, onde aguarda uma decisão sobre a sua possível extradição para a Suécia, onde é visado num processo de crimes sexuais.
Assange tem, no entanto, manifestado a convicção de que corre o risco de ser extraditado para os Estados Unidos e que foi formado um grande júri para definir as acusações que lhe virão a ser imputadas.