A Turquia propôs à União Europeia (UE) travar o êxodo de refugiados sírios rumo à Europa mediante uma construção de três enormes cidades de casas pré-fabricadas numa zona segura do norte da Síria, que poderiam abrigar 300 mil pessoas.
“Temos a capacidade: poderíamos estabelecer três cidades de casas pré-fabricadas, ou inclusive mais permanentes, para 100 mil pessoas cada; os senhores (a UE) correriam com as despesas e nós as construiríamos”, disse o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, em declarações publicadas esta segunda-feira pelo jornal “Hürriyet”.
Davutoglu situou essa zona segura numa “faixa entre Yarabulus e Azaz”, o único setor da Síria fronteiriço com a Turquia atualmente sob domínio do Estado Islâmico (EI) que, acrescentou, seria preciso arrebatar dos jihadistas e colocar sob controlo do Exército Livre da Síria (ELS).
“A única via para criar uma zona de segurança passa por fortalecer e reforçar os elementos moderados do Exército Livre da Síria. Estão a ser feitos enormes esforços para isto e o objectivo agora é repelir o EI”, garantiu. “Não queremos ver nas nossas fronteiras o EI nem o regime sírio”, recalcou Davutoglu desde Nova Iorque, onde participa na Assembleia Geral da ONU.
O primeiro-ministro expressou também a sua oposição a um processo de transição política na Síria que mantenha no poder o presidente Bashar al Assad, dado que esta situação poderia se tornar permanente.
Davutoglu rejeitou tanto a sugestão europeia de construir mais campos de refugiados sírios na Turquia, para reduzir o fluxo para a Europa, como a proposta de destinar à ajuda de refugiados 1 mil milhão de euros que já estão previstos para a Turquia como país candidato a entrar à UE.