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Turquia expulsa 227 juízes e promotores por supostos vínculos golpistas

O Alto Conselho do Poder Judiciário da Turquia (HSYK, sigla em turco) ordenou nesta segunda-feira a expulsão de 227 juízes e magistrados da carreira por supostamente manterem vínculos com a confraria de Fethullah Gülen, um clérigo que vive exilado nos Estados Unidos e que Ancara acusa de ser o mentor da tentativa fracassada de golpe de Estado em Julho do ano passado.

O vice-presidente do HSYK, Mehmet Yilmaz, explicou à agência turca “Anadolu” que os 227 juristas, que já haviam sido destituídos de seus postos de forma cautelar, foram expulsos da carreira depois que os seus telefones celulares e aparelhos electrónicos foram analisados e os investigadores encontraram provas de relações com a confraria.

Esta medida foi tomada com amparo no estado de excepção declarado após o golpe, por isso não pode ser impugnada na justiça. Já são 3.886 os juízes e promotores expulsos da carreira judicial desde o levante de 15 de julho, enquanto um total de 4.176 foram investigados por suspeitas de vínculos com Gülen e 200 foram readmitidos.

A destituição de juízes e magistrados do Ministério Público foi uma das primeiras medidas tomadas pelo governo após a tentativa de golpe, com carácter de urgência, enquanto ainda se registavam enfrentamentos em alguns quartéis. Além disso, hoje foram colocados em prisão preventiva um ex-juiz e dois ex-promotores por acusação de vínculos golpistas, informou a “Anadolu”.

Foi também aberto o julgamento de 35 académicos da Universidade Técnica de Istambul (ITÜ), dos quais 22 se encontram em prisão preventiva e três estão foragidos, sob a acusação de “fazer parte de uma organização armada”, em referência à confraria.

Como no caso dos juízes, uma das provas principais contra os acusados é que estes tinham instalado em seus telefones o aplicativo Bylock, dedicado a criptografar mensagens entre telefones e desenvolvido, segundo as autoridades turcas, especialmente para a confraria de Gülen.

Em Janeiro, a promotoria de Istambul garantiu ter identificado 215.091 usuários do Bylock, todos suspeitos de serem membros ou simpatizantes da confraria de Gülen.

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