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Tunísia recupera mais de $ 28 milhões desviados pela antiga Primeira Dama

A Organização das Nações Unidas (ONU) restituiu quinta-feira às autoridades tunisinas mais de 28 milhões de dólares americanos confiscados numa conta bancária no Líbano detida por Leila Trabelsi, a esposa do ex-Presidente Ben Ali.

É o primeiro fundo que volta aos cofres do Estado tunisino desde o lançamento de uma campanha internacional que visa recuperar “somas astronómicas” desviadas pelos antigos dirigentes tunisinos e pelos seus próximos.

Durante uma cerimónia oficial no Palácio Presidencial de Cartago, o advogado quatariano Ali Ben Fetis Al Marri, encarregue pela ONU da recuperação da fortuna desviada dos países da “Primavera Árabe”, entregou ao Presidente tunisino, Moncef Marzouki, um cheque da soma exata de 28,818 milhões de dólares americanos.

O montante é considerado como uma parte “mínima” da totalidade da fortuna furtada pelos clãs Ben Ali-Trabelsi e outros próximos do poder destituído estimada em vários biliões de dólares americanos. Para o perito económico Ezzeddine Saidane, o dinheiro apreendido no Líbano foi “fácil” recuperar com base em documentos encontrados no Palácio Presidencial depois da fuga de Ben Ali, na Arábia Saudita, a 14 de janeiro de 2011, na sequência duma revolta popular que pôs termo aos seus 23 anos de regime ditatorial. Em contrapartida, as outras somas “roubadas” necessitarão de procedimentos “longos e complexos” que poderão estender-se por vários anos.

Apesar da dificuldade da tarefa, o Presidente tunisino salientou a determinação das autoridades a esforçar-se para recuperar “a quase totalidade” das somas “roubadas”. Ele deixou a porta aberta à “reconciliação” com os que desejam devolver a fortuna colocada no estrangeiro, assegurando que os dirigentes atuais “não estão animados por um espírito de vingança”. “Caso contrário, vamos perseguí-los onde estiverem e não vamos deixá-los beneficiar impunemente do dinheiro roubado ao povo tunisino”, ameaçou, agradecendo à ONU e ao Qatar pelo seu “apoio”. Insistindo na vontade do poder de “pôr termo à hemorragia da corrupção”, o Presidente tunisino garantiu que o dinheiro devolvido servirá para “criar empregos e assegurar a dignidade aos Tunisinos”.

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