Tropas do governo sírio entraram num distrito de refugiados palestinos e atacaram um hospital neste sábado, depois de um avanço da artilharia por quatro dias na região onde rebeldes se escondem, informaram ativistas da oposição.
As forças do presidente Bashar al-Assad lançaram ataques aéreos e artilharia para atingir áreas onde os rebeldes estão, colocando a infantaria apenas depois de muitos deles fugirem. Ativistas disseram temer mortes de civis na região.
O conflito de quase 18 meses já se espalhou para além das fronteiras. Três foguetes disparados da Síria já acertaram uma cidade que faz fronteira com o Iraque, matando uma menina de 5 anos de idade, segundo moradores e autoridades iraquianas.
O uso de forças militares por Assad para conter o levante iniciado com protestos pró-democracia o fez perder muitos aliados árabes e muçulmanos, além do abandono por membros do governo e do Exército.
Dois diplomatas sírios na Malásia anunciaram na sexta-feira que se juntaram à oposição, de acordo com o canal Al Arabiya. As deserções, no entanto, são vistas de forma simbólica, e Assad cada vez mais confia num círculo fechado de parentes e membros da seita alawita para se manter no poder.
O ativista sírio Abu Yasser al-Shami disse que os seus amigos em Yarmouk, uma área densamente populosa no campo de refugiados onde dez pessoas morreram na sexta-feira, já tinham abandonado a área neste sábado assim que as tropas entraram. Quando os insurgentes entraram em áreas centrais da cidade em julho, rapidamente foram empurrados para distritos ao sul, como Yarmouk, onde a presença das forças estatais é menor.
Ativistas dizem que Assad reluta em usar a infantaria porque o Exército é feito principalmente de membros da maioria sunita, que traria mais riscos de desertores. Alguns soldados que já o abandonaram dizem que o ânimo está baixo e que apenas oficiais da seita alawita estão a dar ordens de comando.